No ano em que completa uma década, o Programa de Fomento à Avaliação de Reprodutores por Ultrassonografia subsidiado pela Associação Brasileira de Angus avaliou a quantia recorde de 4.145 animais da geração 2019. Do total de exemplares mensurados, 3.723 geraram DEPs para características relacionadas à produção de carne e ganho econômico. A quantia representa 52,7% das fêmeas e 60,8% dos machos avaliados no Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) da geração 2019.
Para o médico veterinário e gerente de Fomento da Associação Brasileira de Angus, Mateus Pivato, o aumento na quantidade de animais avaliados deve-se a um somatório de fatores, como o maior interesse de criadores e de compradores por reprodutores que possuam características para a produção de carne. Além disso, centrais de inseminação têm contratado somente touros com indexadores mensurados por ultrassom de carcaça. “A ferramenta já foi um diferencial. No entanto, hoje tornou- se essencial para a comercialização de reprodutores, dada a importância das características que são avaliadas”, acrescentou.
A quantidade de animais mensurados mostra ainda, conforme Pivato, que a avaliação não está sendo utilizada pelos criadores somente com intuito comercial. “Como temos muitas fêmeas avaliadas, compreendemos que o produtor está utilizando essa ferramenta para a seleção própria do seu rebanho”, ressaltou. A expectativa, segundo ele, é avaliar uma quantidade ainda mais expressiva de animais na geração 2020 que venham a resultar em DEPs Enriquecidas pela genômica no passo em que estes animais forem sendo genotipados.
A ultrassonografia de carcaça permite, segundo Leandro Lunardini, proprietário da Meat Science Consultoria, parceira da Associação na Prova de Eficiência Alimentar Angus/Embrapa, a observação de estruturas corporais dos animais como a Espessura de Gordura Subcutânea (EGS), a deposição de Gordura Intramuscular (Marmoreio) e a Área do Músculo Longissimus. Características que estão diretamente relacionadas à melhora no rendimento cárneo, a qualidade da carne e a precocidade de acabamento. “Os programas de melhoramento são abastecidos com essas informações e dessa forma é possível se predizer o mérito genético dos animais para características de carcaça em idades jovens sem a necessidade de abate”, explicou.
Para o analista de dados do Promebo, Eduardo Barbachan, ao avaliar os resultados da geração 2019, fica cada vez mais visível o compromisso da Associação Brasileira de Angus em munir os criadores de informações imprescindíveis para a seleção dos rebanhos. “Cabe a nós, do Promebo, exaltar a dedicação e a competência em realizar esta árdua tarefa a cada ano com melhor desempenho”.