O vice-presidente, general Hamilton Mourão, comentou nesta terça-feira (13) as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a adoção do voto impresso nas eleições. Para ele, o tema ainda precisa ser avaliado pelo Congresso e, se não for aprovado, o máximo que pode ocorrer é o que chamou de “choro de perdedor”.
“Se não aprovar, vamos com as regras que estão valendo”, afirmou ele, que garantiu ser favorável à impressão do voto ou alguma outra forma de auditar os resultados. “Uma vez que decida a esse respeito, compete à Justiça Eleitoral cumprir isso e fazer com que o processo corra dentro das regras estabelecidas”, disse ele.
Mourão disse não ver “golpismo” do presidente nas recentes afirmações que pregam a não realização das eleições em 2022 sem a adoção do voto impresso. “Ele sempre faz questão de dizer que respeita a Constituição. Eu e ele juramos defender a Constituição e isso é troço sério. Juramento não é algo que você atira pela janela”, ressaltou.
Para o vice-presidente, Bolsonaro sofre com as pressões criadas pelo acirramento da disputa política e o andamento da CPI da Covid. “Eu acho que é bom que sentem, conversem e abaixem a bola e o tom, o que é melhor para a nação como um todo”, analisou Mourão.
“Nós vamos melhorar e, para que isso aconteça, é melhor que todos se entendam. […] Não estou aqui para ser crítico do presidente, mas as críticas que a gente recebe são extremamente exacerbadas e, muitas vezes, ultrapassam até o limite do bom-senso”, completou.
Ao comentar sobre a abertura do inquérito para investigar o presidente pelo crime de prevaricação, Mourão avaliou que é uma prática “difícil de se configurar”. “Necessita dolo. Você tem que comprovar que aquilo realmente ocorreu”, disse ele, que não vê crime por parte de Bolsonaro.