Bolsonaro fala em “Poderes alinhados” e que problema é “só com Barroso”

Presidente disse que pediu mais prazo para apresentar provas, segundo ele colhidas por um especialista, de fraude nas eleições de 2014

Foto: Marcos Correa/PR

Após encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta segunda-feira, que os Poderes seguem “perfeitamente alinhados” e que vê problema apenas na atuação do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Até falei para ele, como hoje de manhã no cercadinho, que uma das minhas atividades da manhã é rezar o pai nosso, em que no final fala que é para perdoar as nossas ofensas e os ofendidos. Então foi basicamente essa a conversa. Estamos perfeitamente alinhados. Respeitosos para com a Constituição. E cada um se policiar dentro do seu poder no tocante aos limites. E nós, do Poder Executivo, não pretendemos sair desses limites”, afirmou Bolsonaro.

Na semana passada, Bolsonaro voltou a falar sobre fraude no processo eleitoral, ameaçou as eleições de 2022 e criticou Barroso. O presidente do TSE é contra o voto impresso, sistema que é defendido pelo governo e analisado atualmente por uma comissão na Câmara dos Deputados.

As declarações de Bolsonaro dos últimos dias geraram reações de outros Poderes. O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que não vai admitir atentado à independência do Parlamento, e o TSE publicou uma nota lembrando que tentativa de impedir eleição configura crime de responsabilidade.

Para arrefecer os ânimos, Bolsonaro se reuniu com o presidente do STF, nesta segunda. Ele disse que respeita os limites constitucionais e que o “único problema” é com Barroso. Na ocasião, o presidente defendeu novamente o voto impresso e relatou que o ministro Paulo Guedes, da Economia, afirmou ter R$ 2 bilhões em caixa para comprar máquinas de impressão do voto para a eleição do ano que vem.

Bolsonaro comentou, ainda, o ofício, feito pelo TSE, para que apresente provas em relação às falas de que houve fraude na eleição de 2014, quando a petista Dilma Rousseff ganhou do tucano Aécio Neves. Na época, o mineiro contestou o resultado, mas depois reconheceu a vitória da adversária.

“O TSE fez um pedido para eu apresentar as provas, e assinei agora há pouco pedindo um prazo maior, até para essa pessoa né, que tem coragem agora, saber dos riscos, e apresentar essas provas, que me apresentou há seis meses. Especialista. Mas vai vir a resposta”, disse Bolsonaro.