O alto custo dos fretes marítimos e a falta de contêineres causaram impactos na exportação de arroz no primeiro semestre deste ano, conforme análise da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) com base em informações do Ministério da Economia. Em média, o preço do serviço de transporte aumentou 170% – mas há relatos de situações específicas em que o índice vai até a 500% –, na comparação com o mesmo período de 2020, aponta a entidade.
As planilhas da Abiarroz mostram que os embarques de arroz (base casca) recuaram de 953,3 mil toneladas no primeiro semestre do ano passado para 475,9 mil toneladas no mesmo período deste ano enquanto as importações evoluíram de 461,2 mil toneladas para 571,1 mil toneladas na mesma comparação. Peru, Holanda e Senegal foram os maiores compradores do produto brasileiro no período.
“O alto valor do frete marítimo e a indisponibilidade de espaços nos navios acarretaram perdas de negócios internacionais no setor arrozeiro brasileiro”, avalia o diretor de Assuntos Internacionais da Abiarroz, Gustavo Trevisan.
Segundo Trevisan, a pandemia também prejudicou o setor logístico. “Algumas empresas reduziram ou suspenderam as operações”, constata. “Além disso, casos de covid-19 em tripulações afetaram o fluxo dos fretes, diminuindo a oferta do serviço de transporte marítimo”, complementa, revelando que, só em junho, o Brasil deixou de embarcar cerca de 15 mil toneladas de arroz por causa desses problemas.
Reportagem: CP Rural