‘Fraude nas eleições está no TSE’, acusa Bolsonaro

Presidente reafirmou que país não vai ter eleições em 2022 com o sistema atual e insinuou que há movimentação para vitória do PT

Foto: Ricardo Moraes / REUTERS / R7
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a sinalizar, sem provas, a existência de fraude no processo eleitoral brasileiro. “A fraude está no TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”, afirmou em conversa com apoiadores nesta sexta-feira, na saída do Palácio da Alvorada.
De acordo com Bolsonaro, a fraude citada por ele aconteceu no pleito de 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff obteve a reeleição. Hoje, Bolsonaro repetiu que “não teremos eleições fraudadas em 2022”.

“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto aditável e confiável. Da forma atual, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, disse Bolsonaro, sem mencionar uma alternativa ao processo sucessório.

Bolsonaro também desacreditou as pesquisas recentes que mostraram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente dele na corrida para 2022. “[Estão] botando o nove dedos lá em cima. Pra quê? Para ser confirmado, com o voto fraudado no TSE”, reforçou ao citar nominalmente o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. “É uma vergonha um cara desses estar lá”, disse.

Desde a adoção da urna eletrônica, em 2000, Bolsonaro se elegeu quatro vezes deputado federal (2002, 2006, 2010 e 2014) e alcançou a presidência no segundo turno das eleições, com 55,2 milhões de votos, em 2018. Ele já afirmou ter provas de que esse pleito também foi fraudado – o que explica não ter ganho em primeiro turno -, mas nunca as apresentou.

“É o futuro de vocês que está em jogo se essa cambada voltar ao poder. Vocês toda semana tinham dois ou três casos de corrupção. Comigo, um terceiro escalão teria negociado comprar vacina. Não foi gasto R$ 0,01”, apontou.

CPI da Covid

Bolsonaro também aproveitou o encontro para criticar a CPI da Covid e reafirmou que o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), desviou recursos no Amazonas. “Como que um cara que desviou R$ 260 milhões da saúde está investigando a saúde?”, questionou.

Ao comentar a proposta de compra da vacina indiana Covaxin, o presidente disse que nada foi adquirido pelo governo. “Ninguém engravida por pensamento, quem quer que seja, a não ser Renan Calheiros, que tem um filho com a amante”, alfinetou, em referência ao relator da CPI.