O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou nesta quinta-feira, na CPI da Covid, que o depoente de hoje na comissão, Luiz Paulo Dominguetti, foi uma “testemunha plantada” para desqualificar a acusação feita na semana passada pelo deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), de irregularidades no contrato de compra da vacina Covaxin.
Dominguetti teve o celular apreendido pela Mesa da CPI, que decidiu analisar o aparelho para saber mais detalhes do áudio apresentado.
Na gravação, um interlocutor que Dominguetti disse ser o deputado Luís Miranda pergunta a um representante da empresa americana Davati, não identificado, se ele pode provar que o “produto” está disponível.
Pouco depois da apresentação do áudio, Miranda entrou na sala da CPI e afirmou que a conversa foi mostrada fora de contexto, já que ocorreu antes das negociações por compra de vacinas e envolvia, na verdade, uma tentativa de aquisição de luvas para uma empresa que administra nos Estados Unidos.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, afirmou no início da tarde que o celular já está sob análise e vai ser devolvido ao representante comercial da empresa Davati ao fim da sessão desta quinta.
Dominguetti foi convocado pela CPI após ter dado entrevista ao jornal Folha de S.Paulo durante a semana, na qual afirmou que integrantes do Ministério da Saúde, em fevereiro, pediram propina na negociação de outra vacina, a da AstraZeneca, que a Davati dizia representar no Brasil.