Após definir a tarifa dos ônibus de Porto Alegre em R$ 4,80, o prefeito Sebastião Melo concedeu entrevista nesta quinta-feira ao programa Agora, da Rádio Guaíba, e reiterou a defesa pela conectividade dos modais na Capital. A principal preocupação de Melo não é apenas atacar o gasto com o sistema, mas torná-lo moderno e eficiente.
“Nós podemos fazer a conectividade entre os modais. É uma coisa que nunca foi feita no Brasil, no Estado e aqui na cidade. Eu defendo demais a integração com as lotações, que possam abastecer eixos da cidade em que os ônibus não precisam ir. Além disso, podemos pensar ainda no uso de ônibus menores em horários com menos passageiros. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) tem os estudos necessários para encontrarmos os períodos em que é possível fazer isso”, argumentou Melo.
O prefeito mencionou novamente que a Carris é um problema porque eleva passagem na cidade. “Ela custa 22% mais caro do que qualquer outro consórcio. Temos isso e mais as isenções e espero conseguir diminuí-las com a ajuda da Câmara de Vereadores. Precisamos ter a justeza no processo, para que quem realmente precise do ônibus e não possa pagar seja beneficiado e aqueles que têm condições de arcar com passagem o façam”, explicou.
Nessa quarta-feira, Melo sugeriu a redução no número de públicos beneficiados, baixando de 14 para cinco. A pretensão da prefeitura é manter a gratuidade para idosos acima de 65 anos, estudantes de baixa renda, pessoas com enfermidades e seus acompanhantes, crianças e adolescentes que precisam de assistência social e integrantes da Brigada Militar.
Entre os públicos que perdem a gratuidade da passagem estão idosos com idade de 60 a 64 anos, professores, pessoas com HIV e acompanhantes, oficiais de Justiça, carteiros, agentes de fiscalização, guardas municipais, integrantes do Corpo de Bombeiros e ex-combatentes.
“Professores já têm emprego, podem ser subsidiados pelo Município e Estado. Quanto aos carteiros, nada contra eles, mas essa isenção é uma indecência. Vou buscar na Justiça essa mudança”, prometeu. “Por que só as pessoas com HIV? Por que não outras doenças? E quem tem câncer?”, questionou durante a apresentação dessa quarta.