Carlos Wizard decide ficar em silêncio durante depoimento à CPI da Pandemia

Em seu discurso inicial, o suposto financiador do gabinete paralelo negou a existência de um grupo de aconselhamento a Bolsonaro

Empresário Carlos Wizard não responde às perguntas dos senadores utilizando o direito dado pelo ministro STF Luís Roberto Barroso de ficar em silêncio para não criar provas contra si. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O empresário Carlos Wizard afirmou em seu discurso inicial na CPI da Covid nesta quarta-feira que foi ao Senado sem a condução coercitiva que se cogitou aplicar para que ele prestasse depoimento. O advogado do empresário anunciou, após seu discurso inicial, que Wizard não responderia às perguntas dos senadores utilizando o direito dado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso de ficar em silêncio para não criar provas contra si.

Carlos Wizard, apontado como um suposto financiador do gabinete paralelo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro, afirmou que não esteve presente na primeira convocação da CPI, há duas semanas, porque sua filha estava prestes a ter um filho e por ter ido visitar seu pai, com 87 anos, que está acamado, “com a saúde debilitada”, nos Estados Unidos. “Jamais me passou pela cabeça, na minha alma, no meu coração estar ausente.”

Wizard disse que não tem conhecimento de gabinete paralelo e jamais financiou qualquer grupo que poderia servir para aconselhar o presidente Jair Bolsonaro. “Jamais, em tempo algum, participei de uma única reunião privada com o presidente da República. Participei, sim, de eventos públicos em que ele estava presente, assim como centenas de outros convidados.”

O empresário afirmou ainda que é um defensor das vacinas, mas não do tratamento precoce. “Eu não sou médico, no início da pandemia havia alguns remédios sendo utilizados, mas novos entendimentos se estabeleceram. Atualmente, há posições contrárias a eles.” “A ciência comprova que a vacinação é o elemento essencial para o controle dessa pandemia.”