A sessão da CPI da Covid desta terça-feira teve troca de acusações entre o depoente, o deputado estadual Fausto Vieira dos Santos Junior (MDB), e o senador Omar Aziz (PSD-AM), que preside a investigação. A briga começou pela manhã, quando o deputado afirmou que via motivo, mas não provas, para indiciar o ex-governador Aziz no relatório da CPI da Assembleia Legislativa do Amazonas, entregue em 2020.
O presidente da comissão havia perguntado por que razão o atual governador, Wilson Lima (PSC), havia ficado de fora do relatório. Daí em diante o clima só piorou. Aziz trouxe à sessão o que apontou como provas do rápido enriquecimento da família de Fausto Junior, o que segundo ele aponta indícios de recebimento de benefícios do governo estadual.
Quando começou a mostrar fotos de dois terrenos em Manaus, supostamente ligados a parentes do deputado estadual, Fausto disse que não pretendia mais comentar “questões pessoais”. Aziz mostrou então que um dos terrenos em um condomínio de luxo havia sido registrado em nome da mãe dele, integrante do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas.
“O fato de minha mãe ter terreno não quer dizer que ela teve algum benefício”, reclamou o deputado. E prosseguiu: “Vossa Excelência e sua família são acusados de desviar R$ 260 milhões da Saúde. E por isso está me atacando. Fale a verdade, senador, o senhor não tem moral para falar…”
Aziz se defendeu: “Eu estou deixando Vossa Excelência falar para seus advogados não dizerem que estou lhe ameaçando. Eu e minha família, e o Brasil todo sabe, nós respondemos a um processo que até hoje não fomos denunciados em processo nenhum. Até hoje não foi provado absolutamente nada, pelo contrário.”
O parlamentar do PSD disse, ainda, que o depoente cometeu perjúrio na CPI da Covid quando, momentos antes, disse não conhecer os dois terrenos.