Ugeirm convoca policiais a paralisarem, na quarta, contra reforma administrativa

Entidades de classe da Segurança Pública programaram carreatas e manifestações, entre outras ações, para o período da manhã

Foto: Guilherme Almeida / CP Memória

A Ugeirm Sindicato, que representa os policiais civis gaúchos, convocou os filiados a aderirem a uma paralisação, na manhã de quarta-feira, em todo o Rio Grande do Sul. A mobilização, que acontece em todo o país, decorre da PEC 32, da reforma administrativa, que atinge o funcionalismo público dos estados e da União. Entidades de classe da Segurança Pública programaram carreatas e manifestações, entre outras ações, para o período.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o relatório da PEC 32, no mês passado. Agora a votação segue a plenário e, depois, para o Senado. “Este ato é um protesto contra a PEC 32”, enfatizou o vice-presidente da Ugeirm Sindicato e atual presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Sul (Feipol-Sul), Fabio Castro, à reportagem do Correio do Povo. Ele lembrou que a mobilização na quarta vai reunir também outras categorias do serviço público.

O vice-presidente da Ugeirm Sindicato explicou que a PEC 32 não cumpre a proposta de acabar com os privilégios. “Os segmentos mais privilegiados estão fora da reforma, onde estão os maiores salários”, avaliou. O dirigente citou os casos do Poder Judiciário e do Ministério Público, além dos militares e dos parlamentares.

“Outra questão que nos causa muita preocupação é a quebra da estabilidade. Imagine um policial investigando corrupção sem estabilidade”, alertou. “Outro argumento é que a mudança de contratação do serviço público vai fazer que mais de 200 mil cargos de confiança estejam à disposição para os governantes nomearem quem bem entender”, advertiu.

Na opinião de Fabio Castro, a PEC 32 “destrói o serviço público e acaba com os avanços depois da Constituição de 1988”.