O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar, nesta quarta-feira, que houve fraude nas eleições de 2018. Sem explicar quais, o ele disse ter provas de que foi eleito em primeiro turno, mas que o sistema eleitoral o jogou para o segundo. Bolsonaro se manifestou durante um culto ecumênico na cidade de Anápolis (GO).
“Fui eleito no primeiro turno, tenho provas materiais, mas o sistema me jogou para o segundo turno, fraude que existiu sim. Acabei ganhando porque tive muitos votos. Você pega o sistema com muitos problemas, como máquina emperrada”, afirmou Bolsonaro, acompanhando dos ministros da Educação, Milton Ribeiro, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, além do deputado federal Major Vítor Hugo (PSL/GO).
Nesta quarta-feira, em audiência na comissão geral da Câmara dos Deputados para debate sobre reforma eleitoral e voto impresso, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu as urnas eletrônicas e afirmou que a ideia de se implantar um modelo híbrido na apuração, a partir das eleições de 2022, trata-se de um “retrocesso”.
Covid
Bolsonaro também voltou a defender a cloroquina no combate à Covid-19. “Eu pergunto: a vacina tem comprovação científica ou está em estado experimental?” Ele também questionou a origem do vírus. “Eu não tenho provas: esse vírus nasceu de um animal, ou de laboratório?”
Mais cedo, o presidente citou mais uma vez o Tribunal de Contas da União (TCU) ao apontar a suposta relação entre as notificações de casos de Covid-19 e os repasses feitos a Estados e municípios.
De acordo com Bolsonaro, há dois acórdãos dizendo que o critério mais importante para envio de recursos para os Estados é o das notificações de Covid-19. Segundo ele, a prática incentiva as notificações por parte dos governadores.
“Quando vemos a tabela da transparência, em 2020, houve um crescimento maior. É natural morrer mais gente ano após ano. Se tirarmos da tabela os óbitos por Covid, teríamos um crescimento negativo e mais um indício de supernotificações”, avaliou o presidente em conversa com apoiadores.
De acordo com ele, há estudos apontando que as ‘supernotificações’ podem chegar a 45%. “Se tirarmos isso, o Brasil teria uma das menores taxas de mortes por milhão de habitantes”, completou.
O presidente também afirmou que essas ‘supernotificações’ são usadas por governadores para justificar a adoção de medidas como o lockdown, que representa isolamento total de determinada região.