Funcionária da CBF denuncia presidente Rogério Caboclo por assédio moral e sexual

Caso deve ser investigado Comissão de Ética do Futebol Brasileiro

Foto: Lucas Figueiredo / CBF / Divulgação

Uma funcionária da CBF protocolou nesta sexta-feira uma acusação de assédio moral e sexual contra o presidente da entidade, Rogério Caboclo. A denúncia vai tramitar na Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, a quem cabe investigar a situação. A mulher, que não teve o nome divulgado, relata ter sido vítima de várias condutas abusivas de Caboclo, desde abril de 2020. Ela garante ter provas das condutas e pede que Caboclo seja afastado do cargo e investigado pela Justiça. Procurada pelo jornal O Estado de S.Paulo, a CBF não havia se pronunciado até a publicação desta reportagem.

Segundo o site GloboEsporte.com, a mulher denuncia que Caboclo chamou-a de “cadela” e tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro. Em outra oportunidade, perguntou se ela tinha o costume de se masturbar. Durante reunião com outros dirigentes da CBF, o presidente também inventou relacionamentos da funcionária com pessoas ligadas à entidade, conforme a acusação.

Segundo a reportagem, a vítima disse que, durante todas essas condutas, Caboclo agiu embriagado. Ela disse ainda que Caboclo a orientou a esconder garrafas de bebida na entidade, para consumir durante o expediente.

As denúncias já haviam sido narradas pela funcionária a superiores hierárquicos há cerca de um mês e meio, mas nenhuma providência foi tomada. Ao narrar os abusos, a funcionária pediu afastamento do cargo por motivo de saúde. “Tenho passado por um momento muito difícil nos últimos dias. Inclusive com tratamento médico. De fato, hoje apresentei uma denúncia ao Comitê de Ética do Futebol Brasileiro e à Diretoria de Governança e Conformidade, para que medidas administrativas sejam tomadas”, afirmou a funcionária ao site.

A investigação cabe à Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, órgão criado pela CBF para receber, apurar e julgar denúncias, e presidido pelo desembargador aposentado Carlos Renato de Azevedo Ferreira. A entidade conta com duas Câmaras, de Investigação e de Julgamento.

A apuração da denúncia cabe à primeira, que segundo o site da CBF é formada por três integrantes: a presidente Gladys Regina Vieira Miranda e os membros Luis Flaviano Furtado e Antônio Carlos de Aguiar Desgualdo. Essa comissão vai produzir um relatório e encaminhá-lo à Comissão de Julgamento, composta, segundo o site da CBF, por Marco Aurélio Ravanelli Klein e Amilar Fernandes Alves.

*Com informações da Agência Estado