Depois que quatro mulheres acusaram de abuso sexual um ginecologista que trabalha na cidade, outras 12 procuraram a delegacia de polícia de Canguçu, nesta quinta-feira, para denunciar o médico pelo mesmo crime. Com isso, chega a 16 o número de boletins de ocorrência. “Nem todas ainda vieram até a delegacia, mas já entraram em contato e agendamos os depoimentos para esta sexta-feira e a próxima segunda-feira”, confirmou o delegado responsável pela investigação César Nogueira.
Ele conta que alguns relatos retroagem até o ano 2000, de mulheres que viram a notícia e decidiram se manifestar. Nessas situações, as acusações devem prescrever. “No caso das quatro primeiras mulheres, o Ministério Público que já ofereceu denúncia e se iniciou o processo. O médico foi denunciado por violação sexual mediante fraude”, explica.
Por medidas cautelares da Justiça, o profissional, que já virou réu, está afastado do trabalho pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Caridade de Canguçu. No consultório particular, ele passa a ser proibido de atender a partir de 5 de junho.
As autoridades vão agora tomar o relato de novas vítimas para decidir se outra denúncia deve ou não ser oferecida. “O comportamento do médico é semelhante em todas as vezes, com as mesmas desculpas”, relata o delegado. A maioria das vítimas está na faixa dos 30 anos de idade.