O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) requereu, nesta quarta-feira, depois de receber o ato de prisão em flagrante, a detenção preventiva do jovem de 18 anos, que invadiu a creche Pró-Infância Aquarela, em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, e matou duas professoras e três crianças, nessa terça-feira. Segundo o promotor Douglas Dellazari, que acompanha o caso, a intenção é que o jovem permaneça preso durante todo o processo de investigação.
O jovem feriu e matou três crianças, a professora Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, e a agente educadora Mirla Amanda Renner Costa, de 20. Após a chacina, o adolescente identificado como Fabiano Kipper Mai, tentou suicídio. Socorrido em estado grave pelo Corpo de Bombeiros, ele permanece internado em um hospital de Chapecó.
Também recebe atendimento na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica um bebê vítima do ataque. Trata-se de um menino de um ano e oito meses que passou por uma cirurgia na região do pulmão. O quadro clínico é considerado estável.
A Polícia autuou o jovem, identificado como Fabiano Kipper Mai, por cinco homicídios triplamente qualificados e uma tentativa de homicídio triplamente qualificado. “Ainda é precoce para nós capitularmos efetivamente os delitos praticados, mas já há a possibilidade de se vislumbrar os cinco homicídios triplamente qualificados e uma tentativa”, afirmou Dellazari, que também destacou o meio cruel empregado no crime – um ataque com facão – e o fato das vítimas serem mulheres e crianças. O promotor também informou que o MP catarinense solicitou a quebra de sigilo dos dados do computador do jovem, a fim de concluir a real motivação dos crimes praticados na creche.
Com o procedimento lavrado pela Polícia Civil, o autor do crime está sob tutela do Departamento de Administração Prisional de Santa Catarina. Nesta quarta-feira e pelos próximos dias, os policiais civis catarinenses prosseguem com os trabalhos no inquérito policial, com tomada de depoimentos de testemunhas. Os laudos do Instituto Geral de Perícias também devem embasar o trabalho de investigação.
O delegado Jerônimo Marçal adiantou que pretende realizar o interrogatório do autor nos próximos dias caso o mesmo tenha condições.
Segundo o delegado Jeronimo Marçal Ferreira, o jovem era “problemático”. Conforme relatos de pessoas próximas, o rapaz sofria bullying na escola, era muito introspectivo e não tinha amigos. Segundo familiares, ele não queria mais estudar.
Na manhã de hoje, os corpos das cinco vítimas do ataque à creche eram velados no Módulo Esportivo, bairro Lage de Pedra, em Saudades. Mais de mil pessoas prestaram homenagens, e mensagens de solidariedade se multiplicaram pela cidade, de menos de 10 mil habitantes.