A Immunome anunciou que seu coquetel de anticorpos IMM-BCP-01, desenvolvido para tratamento da Covid-19, conseguiu neutralizar variantes da doença surgidos no Brasil, Reino Unido, África do Sul e Califórnia (EUA) em testes pré-clínicos. A biofarmacêutica americana, que tem sede na Pensilvânia, pretende entrar com pedido para uma investigação regulatória sobre o coquetel no fim do segundo trimestre ou início do terceiro, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (26).
Nos testes, em hamsters sírios infectados com o vírus vivo SARS-CoV-2, o produto reduziu a carga viral pulmonar como tratamento e profilaxia. Estudos de vírus vivos demonstraram neutralização total das variantes da África do Sul (B.1.351) e Reino Unido (B.1.1.7), bem como as cepas de referência dos EUA e da Europa EUA-WA1/2020 e BavPat1/2020. Já estudos de pseudovírus demonstraram neutralização completa pelo IMM-BCP-01 das variantes Brasil (P.1) e Califórnia (B.1.429).
O coquetel contém três anticorpos monoclonais que se ligam a regiões não sobrepostas da proteína spike com afinidade picomolar. Os anticorpos exibem efeitos combinatórios in vitro contra múltiplas variantes do SARS-CoV-2, incluindo aquelas que exibem tanto o aumento da transmissão nos Estados Unidos quanto a resistência à terapêutica atual com anticorpos e vacinas. Em resumo, os anticorpos da Immunome demonstraram ser eficazes contra o atual SARS-CoV-2 e suas variantes.
Dois dos três anticorpos selecionados se ligam a áreas da proteína Spike que podem ser resistentes à mudança evolutiva. Além da neutralização viral, os anticorpos também demonstraram mecanismos adicionais in vitro que podem ser relevantes na depuração viral. “Simplificando, os resultados pré-clínicos que compartilhamos hoje testemunham a capacidade do nosso mecanismo de descoberta de identificar rapidamente anticorpos poderosos e raros para inclusão em nosso coquetel de anticorpos IMM-BCP-01”, disse Purnanand Sarma, presidente e CEO da Immunome em um comunicado.
Em julho de 2020, a Immunome recebeu um contrato de 13,3 milhões de dólares do Escritório Executivo do Programa Conjunto do Departamento de Defesa dos EUA para Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (JPEO-CBRND), em colaboração com a Agência de Saúde de Defesa.
*Com informações da Agência Estado