O vice-presidente Hamilton Mourão lamentou a morte de Levi Fidelix, fundador e presidente de seu partido, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). “O movimento conservador brasileiro perde um dos seus principais representantes”, escreveu o general em post em uma rede social. “Ainda ressalto a pessoa do amigo Levi como cidadão brasileiro, chefe de família e um político com honestidade de propósitos. Homem batalhador e incansável por um Brasil cada vez melhor”, disse o vice-presidente.
Fidelix morreu na noite de sexta-feira, aos 69 anos. A informação foi confirmada pela diretoria do PRTB, que publicou um comunicado nas redes sociais do político. A causa da morte não foi divulgada oficialmente.
Aliados e amigos de Levy Fidelix foram às redes sociais lamentar a morte do político. “Que Deus conforte toda a família desse grande líder nacional”, escreveu o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), em seu perfil no Instagram. O deputado federal por Mato Grosso e vice-líder do governo na Câmara, José Medeiros (Podemos), prestou condolências via Twitter. “Meus sentimentos à família do presidente do PRTB, Levy Fidelix”, escreveu.
A ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Sandra Terena, descreveu Fidelix como “pioneiro do conservadorismo no Brasil” ao lamentar sua morte no Twitter. O marido de Sandra, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, era próximo de Levy.
Trajetória política
Também conhecido como “candidato do Aerotrem”, Fidelix começou sua carreira política em 1986, quando fundou o PL (Partido Liberal) e disputou as eleições para deputado federal por São Paulo. Antes, trabalhou como jornalista para os jornais Correio da Manhã e Última Hora. Formado em Comunicação Social pela UFF (Universidade Federal Fluminense), ele também fundou três revistas e foi âncora de um programa sobre informática na TV Bandeirantes e no SBT.
Apesar dos mais de 30 anos na política, Levy Fidelix nunca foi eleito para nenhum cargo, mesmo tendo concorrido em 14 pleitos no total. Ele recebeu votações irrisórias tanto em 1986, quando disputou para deputado federal pelo PL, quanto em 1989, quando mudou-se para o PTR (Partido Trabalhista Renovador) e concorreu ao mesmo cargo.
Entre 1992 e 1994, Fidelix fundou o PRTB para se candidatar à presidência da República, mas acabou com o registro barrado por conta da legislação eleitoral. Depois, concorreu à Prefeitura de São Paulo, em 1996, quando apresentou pela primeira vez a famosa proposta do Aerotrem – um trem de alta velocidade que, segundo ele, seria a solução para o problema de mobilidade urbana na capital.
Em 1998 e 2002, tentou ser governador do Estado de São Paulo, mas foi derrotado com menos de 1% dos votos válidos em ambas as ocasiões. O mesmo aconteceu em 2004, quando se candidatou a vereador na capital paulista, e em 2006, quando tentou o cargo de deputado federal.
Levy Fidelix participou da corrida presidencial nas eleições gerais de 2010 e 2014. Nesta última ficou conhecido por suas participações nos debates entre candidatos transmitidos pela TV, que, em vários momentos, renderam declarações polêmicas, principalmente falas de cunho homofóbico. Também foi o pleito em que teve sua votação mais expressiva, recebendo mais de 440 mil votos, o equivalente a 0,43% dos votos válidos.
Sua última participação em eleições foi em 2020, quando tentou a Prefeitura de São Paulo. Levy deixa sua esposa, Aldineia Rodrigues Cruz, e uma filha, Lívia Fidelix.