O colapso no sistema hospitalar em Porto Alegre provocado pelo avanço da pandemia do coronavírus está refletindo diretamente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Atualmente, as unidades da Cruzeiro do Sul, da Lomba do Pinheiro, da Bom Jesus e a Moacyr Scliar, atendem acima da capacidade máxima, chegando, inclusive, a registrar atendimento três vezes superior ao que o local suporta.
O pior cenário, na tarde desta quarta-feira, ocorre no Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul. Com 12 leitos adultos, a unidade atende 62 pacientes, sendo que 42 deles estão internados em observação. Com isso, a taxa de sobrecarga no local é de 350%.
Já o Pronto Atendimento da Bom Jesus dispõe de sete leitos de internação. No entanto, a ocupação do local, nesta tarde, atinge 271,43%, com 19 pessoas internados em observação.
Na UPA Moacyr Scliar, na zona Norte da Capital, o atendimento é quase o dobro da capacidade máxima do local, que conta com 17 leitos, mas registra 31 pacientes.
A unidade localizada na Lomba do Pinheiro é que apresenta a melhor situação nesta tarde. Até o momento, são 11 pessoas internadas para um total de 9 leitos, o que reflete em uma sobrecarga de 122,22%.
Ao todo, as quatro UPAs tem 45 leitos adultos, que atendem, no momento, um total de 103 pacientes internados em observação. Por conta disso, a taxa de lotação das unidades é de 140,62%, e os locais só estão recebendo casos de extrema gravidade.
Fila de espera por leitos de UTI recua
Apesar da superlotação, a fila de espera de pacientes que estão no aguardo nas UPAs por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) diminuiu 76,59% em duas semanas. Nesta tarde, são 11 pessoas nesta condição, enquanto que no dia 17 de março eram 47.
Neste mesmo período, a queda de pessoas na fila de espera por vaga em UTI também é observada tanto na Capital quanto em território gaúcho. No Estado, havia 671 pacientes aguardando transferência para um leito de tratamento intensivo, já nesta tarde são 383, o que significa um recuo de 42,92%.
Já em Porto Alegre, o número de pacientes nesta condição passou de 379 para 176, o que corresponde a uma queda de 53,56% em duas semanas.