O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), formado por secretários de saúde de todos os estados e do Distrito Federal, enviou carta à Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira pedindo por ajuda internacional para obter vacinas para o Brasil e para a América Latina.
O texto, destinado ao presidente da OMS, Thedros Adhanom, também critica os critérios de distribuição do consórcio mundial de vacinas, Covax Facility, que tem quase 40 milhões de imunizantes reservados ao Brasil pelo menos até dezembro de 2021. A época de entrega de pelo menos 33 milhões destas doses depende de decisão da OMS, segundo cronograma do Ministério da Saúde.
“A região das Américas tem recebido somente 7% do total das vacinas distribuídas por meio do Mecanismo Covax, apesar das Américas terem 44% de todos os casos e 48% de todos os óbitos do mundo nesta pandemia”, alegaram os secretários no documento.
O órgão pede também por mobilização da Organização das Nações Unidas (ONU) para destinar também o excedente de vacinas de países desenvolvidos à América, com atenção especial ao Brasil, um dos países mais populosos do continente e que passa pelo seu pior momento na pandemia de Covid-19.
Mais de dois meses depois da vacinação da primeira pessoa no país, o Brasil conseguiu imunizar até agora mais de 14 milhões de pessoas, o que equivale a 6,97% da população nacional. Em abril, maio e junho, está prevista a entrega de mais de 150 milhões de doses, incluindo remessa do Covax Facility de 6 milhões em maio.