A vacina da Johnson contra a covid-19, que aguarda aprovação de pedido de uso emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser aplicada no país, deve passar por testes em crianças e adolescentes no Brasil, de acordo com a Janssen, fabricante do imunizante.
“Os protocolos desse estudos clínicos estão em processo de aprovação junto aos órgãos reguladores competentes”, afirmou, por meio de nota. “A vacina da Janssen contra a covid-19 será testada inicialmente em um pequeno número de adolescentes, que será expandido para um grupo maior em uma abordagem gradual, se os dados iniciais demonstrarem um perfil de segurança adequado”, acrescentou.
A empresa afirma que o recrutamento de voluntários será conduzido diretamente pelos centros de pesquisa, após aprovação do protocolo pelos órgãos reguladores, que são a Anvisa e o Conep (Conselho Nacional de Ética em Pesquisa).
Os testes da vacina de dose única em crianças e adolescentes têm previsão de iniciarem esta semana nos Estados Unidos após terem sido aprovados pelo FDA (Food and Drug Administration), órgão que regulamenta o uso de medicamentos no país. O uso dessa vacina já foi aprovado nos Estados Unidos para maiores de 18 anos.
Um dos centros de pesquisa no Brasil, o Instituto L2IP, em Brasília, chegou a divulgar informações sobre os testes em crianças e adolescentes, mas o diretor do instituto, o geriatra Eduardo Vasconcellos, explica que houve precipitação. “Os testes virão, mas estamos aguardando os trâmites regulatórios da Anvisa e do Conep. Tudo leva a crer que os estudos serão aprovados, mas não há data prevista”, afirma.
A vacina da Johnson é considerada vantajosa por ser dose única e conservada em temperatura de geladeira comum. É feita a partir de adenovírus desativado, que causa o resfriado comum, que funciona como vetor para transportar fragmentos da proteína spike do coronavírus ao organismo e induzir uma resposta imunológica à covid-19.
A vacina apresentou 72% de eficácia na prevenção da doença em testes nos Estados Unidos, segundo a Janssen.
No dia 8 de janeiro, o laboratório notificou um evento adverso grave ocorrido com um voluntário brasileiro durante os testes da vacina. Por razões éticas, o evento em si não foi divulgado e, de acordo com a Anvisa, as vacinações não foram interrompidas porque todos os voluntários já haviam recebido o imunizante.