O Rio Grande do Sul deve receber, nos próximos dias, a maior remessa de vacinas contra a Covid-19 desde o início da campanha de imunização. O Governo do Estado espera ter acesso, de uma vez só, a cerca de 700 mil doses – contingente que corresponde a, aproximadamente, 6% do total a ser liberado pelo Ministério da Saúde.
A informação foi confirmada, nesta terça-feira (24) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). A chefe da pasta, Arita Bergmann, explicou que o cálculo tem como base as próximas entregas do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – que, somadas, devem totalizar 14 milhões de vacinas.
“Se a União tiver acesso a essas doses até o dia 30 de março, o Rio Grande do Sul vai receber o maior lote até então distribuído”, comemorou. Parte da carga será destinada à aplicação da segunda dose, em especial nas pessoas imunizadas com a CoronaVac, que exige uma nova aplicação da vacina até 28 dias após a primeira.
Arita ressaltou que o Palácio Piratini concorda com a distribuição imediata das vacinas, sem reserva de estoque, sugerida pelo Ministério da Saúde. Entretanto, condicionou a execução do plano à garantia do envio contínuo de imunizantes. “Temos um público que, ainda na primeira quinzena do mês de abril, precisa receber a segunda dose”, explicou.
Compra direta esbarrou na escassez de imunizantes
A secretária de Saúde do Rio Grande do Sul revelou, ainda, que o Estado abriu negociações com quatro farmacêuticas para a compra direta de vacinas. Sem citar o nome das fabricantes, Arita Bergmann lamentou o fato da aquisição ter esbarrado na escassez de doses disponíveis no mercado internacional.
“Não tem vacina para pronta-entrega. Inclusive, uma das farmacêuticas nos disse que só teria em outubro. Trabalhamos todas as tentativas de aquisição direta como o plano B – sendo o Ministério da Saúde o plano A. Nosso plano B não se confirmou somente porque não há disponibilidade”, disse.
A flexibilização do orçamento para a aquisição de imunizantes foi aprovada pela Assembleia Legislativa. Desde então, três opções foram citadas, publicamente, por integrantes do Palácio Piratini: Pfizer/BioNTech, União Química e Janssen. Destas, apenas a primeira possui registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).