Covid-19 já é a terceira maior causa de afastamento no trabalho

Especialista afirma que número de profissionais com doenças relacionadas à saúde mental e ergonomia também cresce

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

A Covid-19 já ocupa o terceiro lugar no ranking dos principais motivos de afastamento dos profissionais no trabalho, perdendo apenas para os problemas com dores nas costas e nos ombros. Foram concedidos 37.045 auxílios-doença por causa de infecção por coronavírus em 2020.

Os dados são de um levantamento feito pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho a pedido do R7 Economize. O Brasil registrou até a sexta-feira, dia 12 de março, 11,2 milhões de casos de Covid-19, com 272.886 mortes.

Os benefícios concedidos por causa de hérnia de disco, a conhecida “dor nas costas”, lideram o ranking com 49.321 solicitações. Na sequência aparece dor nos ombros com 37.311.

Como pedir o afastamento e o auxílio doença?

O que vai depender para caracterizar auxílio doença não é a doença em si, mas a incapacidade que ela proporciona para o trabalhador manter sua atividade, segundo João Badari, especialista em direito previdenciário e sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados.

• Primeiro passo é agendar uma perícia no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pelo telefone 135 ou pelo “MEU INSS;
• Antes de comparecer à perícia, é preciso juntar todos os documentos: laudos médicos, afastamento dos trabalhos, receitas com a lista de remédios que toma…
• Durante a consulta, o segurado deve explicar para o perito o quanto a doença o incapacita de trabalhar; e
• Caso seja deferido, o segurado começará a receber o benefício, caso contrário, ele pode entrar com uma ação administrativa ou judicial. Na segunda opção, será um perito judicial que analisará o pedido.

Entre esses direitos, estão:

• Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) durante o período de afastamento;
• Estabilidade no emprego; e
• Uma eventual indenização trabalhista.

Doenças ergonômicas e de saúde mental estão em alta

As doenças relacionadas à ergometria e saúde mental estão afetando cada vez mais os trabalhadores e, consequentemente, gerando auxílio doença ou de acidente de trabalho, segundo Neves.

Para o advogado, principalmente a parte ergométrica fica comprometida no home office. “Dentro do seu ambiente, as empresas são obrigadas a preservar a saúde do trabalhador oferecendo uma estação de trabalho adequada às regras ergonômicas, mas com o profissional em casa é difícil.”

Neves diz que sabe de empresas que deram dinheiro para o trabalhador comprar móveis para criar uma estação de trabalho segura. “Porém, quem garante que ele vai comprar os tudo adequadamente? Certamente a beleza do móvel deve prevalecer.”