Com superlotação, UPAs de Porto Alegre atendem somente casos graves de Covid-19

Pessoas com sintomas leves devem buscar atendimento em unidades de saúde

Foto: Ricardo Giusti / Correio do Povo

O quadro nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Cruzeiro do Sul, Moacyr Scliar, Lomba do Pinheiro e Bom Jesus, em Porto Alegre, está cada vez mais crítico. Superlotação e atendimento somente de casos de maior gravidade. Na entrada das unidades, servidores administrativos e técnicos de enfermagem esclarecem a quem procura o serviço de que caso não seja grave o atendimento deve ser buscado nas unidades de saúde.

Na UPA da Cruzeiro do Sul, morador do bairro Camaquã, o mestre de obras Everaldo Ubiraja, acompanhou o filho Carlos, que tinha uma consulta de traumatologia. “Chegamos às 6h e somente às 9h ele foi atendido. Em função da Covid-19, não pude acompanhá-lo na consulta”, ressaltou.

Mesma situação ocorreu com o técnico em contabilidade Paulo Quevedo, que levou o filho Marcelo, para atendimento no setor traumatologia da UPA. “Graças a Deus não é Covid-19, mas a demora no atendimento deixa a gente ansioso”, explicou.

Na UPA Moacyr Scliar, na zona Norte de Porto Alegre seguia com o quadro de superlotação. Na manhã desta sexta-feira, havia 54 pacientes em observação na unidade.

O movimento no Centro de Atendimento Respiratório Covid-19, localizado ao lado da UPA Moacyr Scliar, apresentou queda porque pacientes com sintomas leves passaram a sendo orientados a buscar atendimento nas unidades básicas de saúde da capital. No entanto, a UPA manteve, nos últimos dias, um volume elevado de pacientes graves. A superlotação ocorre porque a maioria precisa de internação.

Na Unidade de Pronto Atendimento da Bom Jesus, havia mais de 20 pessoas aguardando atendimento médico e exames da Covid-19. Quem buscou atendimento evitou a aglomeração na frente da instituição de saúde. Na UPA da Lomba do Pinheiro, os trabalhadores da saúde esclareciam que eram atendidos somente pacientes graves.

O coordenador Municipal de Urgências da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Diego Fraga, explicou que nos pronto atendimentos é priorizado o paciente grave, quando são verificados os sinais vitais e identificados os sintomas. “A ideia da secretaria é tentar distribuir entre as unidades de saúde o número de pacientes para que os pronto atendimentos e as emergências dos hospitais fiquem para os casos graves”, ressaltou.

Veja os dados de lotação das UPAs:

Bom Jesus – 7 leitos e 37 pacientes – 528,57%

Cruzeiro do Sul – 12 leitos e 48 pacientes – 400%

Lomba do Pinheiro – 9 leitos e 31 pacientes – 344,44%

UPA Zona Norte – 17 leitos e 52 pacientes – 305,88%