O setor dos supermercados brasileiro estima que as vendas durante o período da Páscoa cresçam entre 10% e 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números foram apresentados nesta quinta-feira (11), durante evento online, pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Conforme a entidade, o desempenho deste ano tende a ser melhor do que em 2020, período que ficou marcado pelo início das medidas de restrição na circulação de pessoas em função da pandemia, o que pegou toda a cadeia produtiva de surpresa.
“Em 2020, a gente não tinha como escoar (os produtos), porque a compra foi feita com base na Páscoa de 2019, que foi muito boa para o setor, e com previsão de crescimento em 2020. Então foi feito um movimento de esticar a Páscoa”, afirmou o superintendente da Abras, Marcio Milan.
Para este ano, o superintendente afirma que não haverá prorrogação do período de vendas de ovos de páscoa e outros derivados de chocolate, uma vez que o setor e os consumidores aprenderam a lidar com a pandemia.
“Esse ano é diferente. Nós projetamos um crescimento sobre 2020, mas ainda é menor do que 2019. Os volumes [de produtos] que estão sendo colocados estão muito mais planejados. Não haverá reabaixamento de preços depois da Páscoa, porque os consumidores estão mais organizados nas compras. Não haverá aquele comportamento de deixar para a última hora, porque não sabemos se haverá medidas ainda mais restritivas”, analisou Milan.
Crescimento e auxílio emergencial
De janeiro de 2020 ao mesmo mês de 2021, o consumo nos supermercados teve crescimento de 12%, conforme o Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros da Abras.
De acordo com a entidade, o auxílio emergencial teve papel fundamental nos números do setor. “Grande parte do auxilio emergencial foi para consumo e mais de 85% do consumo nos lares passam pelos supermercados”, afirmou Milan. “Supermercado, por ser atividade essencial, cumpriu o seu papel, respeitando todos os protocolos, portanto, o consumidor se sentiu seguro.”
Em comparação com dezembro de 2020, janeiro teve recuo de 18,45% no consumo, um movimento natural na visão da entidade, já que as festas de fim ano, principalmente o Natal, representam um boom nas vendas.