Dezoito trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão em uma colheita de alho em Campestre da Serra, nos Campos de Cima da Serra. Estima-se que essas pessoas eram vítimas de exploração desde outubro do ano passado quando, sob falsas promessas, foram aliciados por uma mulher e o filho dela ainda em Curitibanos (SC). De acordo com o apurado pelo Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS), mãe e filho ludibriaram os trabalhadores com a promessa de trabalho com pagamento diário e carteira assinada. O grupo de resgatados era formado por 16 homens e duas mulheres.
Após a migração para a cidade gaúcha, os trabalhadores tiveram documentos recolhidos e passaram a viver em um alojamento precário, sem salário. A investigação também apurou que foram vítimas de violência e intimidação armada. O grupo também era explorado por dívidas contraídas artificialmente. Os intermediários passaram a cobrar valores superfaturados pelos produtos que forneciam a eles, como alimentos, material de higiene, bebidas alcoólicas e até drogas. Os explorados trabalharam em propriedades rurais de Antônio Prado e Flores da Cunha, em lavouras de alho, cebola, beterraba, cenoura e uva.
A operação contou com o auxílio do Ministério da Economia, da Defensoria Pública da União (DPU) e da Polícia Federal de Lages (SC).