A colheita de azeitonas, que normalmente tem o auge nos meses de março e abril, já está acontecendo nos olivais do Rio Grande do Sul. Com isso, os primeiros rótulos devem chegar aos consumidores ainda antes da páscoa, período de grande procura pelo produto. A safra 2021 deve voltar a trazer bons resultados aos olivicultores gaúchos. A expectativa é de uma safra de até 900 toneladas de azeitonas, que podem resultar em cerca de 90 mil litros de azeite extravirgem. Os números positivos se devem ao aumento da área cultivada, novos pomares frutificando pela primeira vez e clima favorável, na maior parte do ano.
O aumento da área plantada saltou de 6 mil hectares, em 2019/20, para cerca de 7 mil hectares no ciclo 20/21, de acordo com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). “Para 2021, a produção ainda está começando a tomar forma de maneira mais firme, acredito que o mercado estará mais consolidado em cinco anos. A oliveira atinge seu potencial máximo a partir do oitavo ano e a maioria, no Estado, ainda está no quinto ou sexto ano de produção”, explica o presidente do Instituto, Paulo Marchioretto.
O cenário é favorável frente a 2020, quando foram colhidas 525 toneladas de azeitonas, resultando em somente 48 mil litros de azeite, porém, de extrema qualidade. A causa foi o clima, que registrou menos horas de frio que o necessário. A melhor produtividade nos pomares ocorreu em 2019, com a colheita de 1.500 toneladas.
Em 2021, também ocorre a primeira safra em um número significativo de propriedades, como a do próprio presidente do Ibraoliva, em Encruzilhada do Sul (RS). “São pomares implantados em 2017 que começarão a produzir agora, temos vários nessa situação. É uma compensação, diminuiu a quantidade de frutos nas oliveiras mas está aumentando a quantidade de olivais oferecendo o fruto, isso também contribui para um aumento de produção”, avalia Marchioretto.
Principais regiões produtoras no Brasil
Rio Grande do Sul: maior produtor de azeite do país, com a maioria dos olivais localizados na região da Campanha gaúcha e na Serra do Sudeste.
Santa Catarina: com produção ainda pequena, os olivais estão concentrados na Serra Catarinense, próximas ao litoral e com boa altitude.
Paraná: um grande produtor com 30 mil pés de oliveiras se encontra na região de Maringá.
São Paulo: a Serra da Mantiqueira e Serra da Bocaina concentram um bom número de produtores.
Rio de Janeiro: ainda no início da olivicultura, com uma pequena produção em Visconde de Mauá.
Minas Gerais: o estado é o segundo maior produtor do país, com a maior parte da produção nos arredores da Serra da Mantiqueira.
Espírito Santo: as primeiras iniciativas estão surgindo nos arredores do Parque Estadual da Pedra Azul.
Bahia: em Rio das Contas, na Chapada Diamantina, há uma cooperativa de franceses.
Fonte: Sandro Marques, autor do Extra Fresco: O Guia de Azeites do Brasil