Sem estoque de vacinas e a promessa de receber cerca de 13 milhões de doses até o final de fevereiro, o Brasil completa nesta quarta-feira um mês da largada na campanha nacional de vacinação com apenas 3% da população imunizada.
Até a noite dessa terça-feira, a primeira dose da vacina havia alcançado 5,5 milhões de brasileiros e a segunda dose, apenas 329 mil. Sob pressão, o governo planeja compra de quase meio bilhão de doses até o final do ano.
O andamento da vacinação, que já começa a ser interrompida por falta de doses em seis capitais, é criticado por governadores, que se reúnem hoje com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “Neste ritmo quando vamos alcançar 30%? Daqui a 10 meses? Morrendo mais de 1.000 pessoas por dia?”, declara o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador do Fórum de governadores.
Os resultados do primeiro mês de vacinação também seguem longe de atender à demanda do setor produtivo, que vê na imunização da população precondição para a retomada segura da atividade econômica. A próxima entrega de imunizantes está prevista para daqui a uma semana: cerca de 9 milhões de doses da Coronavac, do Instituto Butantan.
Até o momento, o Ministério distribuiu 11,1 milhões de doses. A maioria não ultrapassou as duas primeiras categorias de vacinados: idosos e profissionais de saúde. A demanda dos governadores é que a população fora da faixa de risco comece a ser vacinada em maio – expectativa inalcançável no ritmo atual da campanha.