Bolsonaro fala com Netanyahu sobre spray contra a Covid-19

Presidente afirmou que conversa com o primeiro-ministro de Israel tratou do medicamento que "vem obtendo grande sucesso"

Foto: Menahem Kahana/Reuters/R7

O presidente Jair Bolsonaro participou, nesta sexta-feira, de uma conferência por telefone com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, para tratar sobre um spray para combater a Covid-19. De acordo com o embaixador de Israel, Yossi Shelley, a conversa foi “muito positiva”.

Em uma postagem nas redes sociais, Bolsonaro disse que tratou da terceira fase de testes do spray israelense EXO-CD24. Ele explica que o medicamento “vem obtendo grande sucesso no tratamento da Covid-19 em casos graves”.

O compromisso com Shelley ou a reunião com o primeiro-ministro não apareciam na agenda oficial do presidente. Havia indicado apenas uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Na quinta, durante a live semanal, Bolsonaro disse que previa conversar, nesta sexta, com Netanyahu.

“Já está acertado o encontro virtual entre eu e Binyamin Netanyahu para falarmos sobre esse novo spray que está servindo, pelo menos experimentalmente ainda, para pessoas em estado grave”, disse o presidente na noite da quinta-feira.

O remédio mencionado por Bolsonaro é a nova aposta do governo para tratar o novo coronavírus, após meses de defesa da hidroxicloroquina, também sem comprovação contra a doença. A droga em estudo pelos israelenses, contudo, ainda necessita de mais testes.

Na semana passada, Israel anunciou que o medicamento experimental, originalmente usado para o tratamento de câncer no ovário, pode ajudar na recuperação de pacientes com coronavírus. Cientistas israelenses afirmaram que 29 dos 30 pacientes com casos moderados a graves de Covid-19 tratados com EXO-CD24 tiveram uma recuperação completa em cinco dias. O estudo, no entanto, não comparou a droga a um placebo. Bolsonaro considerou o anúncio “uma tremenda notícia”.

Segundo ele, a ideia é trazer o remédio para o Brasil para submetê-lo para análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O presidente destacou que está debatendo o assunto com o ministro Ernesto Araújo.