O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal Criminal, condenou Marluce Quadros Vieira Lima, mãe do ex-ministro Geddel Vieira Lima, no caso do “bunker” de R$ 51 milhões em Salvador. A sentença, desta quarta-feira, fixou a pena em dez anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Devido à “idade avançada e o estado de saúde precário” de Marluce, o magistrado permitiu que a pena seja cumprida em regime domiciliar ou “outro meio mais adequado”. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Em outubro de 2019, Geddel e o irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, foram condenados no mesmo caso a 14 anos e dez meses e 10 anos e seis meses de prisão, respectivamente, além de pagar um valor de R$ 52 milhões por dano moral. Devido à prerrogativa de foro privilegiado, o processo tramitou na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal enquanto a denúncia contra Marluce, na primeira instância.
Segundo Vallisney, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou provas de que os irmãos Vieira Lima, junto da mãe, “iniciaram uma impressionante corrente de lavagem de dinheiro” até a apreensão dos R$ 51 milhões no bunker em Salvador, em setembro de 2017.
Segundo a denúncia da Procuradoria, no período de 2010 a 2017, os irmãos Vieira Lima e a mãe praticaram uma série de atos para ocultar valores oriundos de crimes: repasses de R$ 20 milhões pelo doleiro Lúcio Funaro a Geddel por um esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal; recebimento de R$ 3,9 milhões do Grupo Odebrecht e apropriação de parte da remuneração paga pela Câmara a secretários parlamentares. De acordo com o MPF, os valores foram dissimulados por meio de empreendimentos do ramo imobiliário.