O vivente era mentiroso. Bota mentiroso nisso e dos buenos. Não perdia uma, mas era um bom companheiro principalmente de pescaria.
Certa feita, ele foi pescar com uns amigos e. ao chegarem no local, já se prontificou pras lides: ” Se encarreguem da pesca, que eu faço a boia “. Dito e feito. A cuerada ajeitou o acampamento e se foram à pesca, deixando o índio véio pilotando as panelas. Quando voltaram, o almoço estava prontito nomás. E o cozinheiro também. Não se sabe quem se aprontou primeiro.
A ver os amigos, o “home” deu uma gaguejada e se saiu com essa numa baita faceirice: -” Bueno, indiada, a boia tá pronta. Fiquem almoçando que eu vou dar umas linhadas. Terminou de falar, pegou uma sacola com linhas e se retirou.
Lá pelas seis da tarde, mais ou menos, os amigos, após uma sesteada daquelas, se acordaram e se deram por conta que o cozinheiro não tinha voltado ainda.
Alguém falou: – ” Vamos dar uma olhada e ver se esse louco não caiu n’água por aí. “Aproveitemo” e “demo” uma recorrida no espinhel. E assim fizeram.
Encontraram o pescador, roncando embaixo duma árvore na beira da barragem. Resolveram fazer uma sacanagem com o borracho. Um dos amigos que tinha caçado um tatu nadou e colocou o bichinho no anzol da linha que o enfrascado tinha atirado n’água.
Após, deram uma chacoalhada no pinguço, dizendo: -” Te acorda tchê ! Tua linha tá esticada. Deve ter peixe.
O bebum se acordou, deu uma “tentiada” na linha e, sentindo firmeza, gritou : “Aí tem “! Imediatamente levanta e começa a puxar, comentando:- ” Tá pesada, deve ser dos grandotes.” Quando tirou a linha da água, viu o tatu e não se aguentou. Ergueu o animalzito bem alto, fez uma pose de macho e lascou: – ” Taí seus lacaio”. Vocês vivem me chamando de mentiroso. Olhem bem. Igual este aqui é o terceiro que pego hoje.”!
Não teve outra forma, o pessoal entregou as fichas ”