Novas variantes do coronavírus vão aumentar internações e mortes, projeta entidade europeia

Agência europeia alerta para impacto no sistema de saúde nas próximas semanas; mutações elevam transmissibilidade

Foto: Alina Souza / Correio do Povo

O Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) afirmou nesta terça-feira que as novas variantes do coronavírus oferecem um risco maior de disseminação da Covid-19, principalmente entre idosos e pessoas com comorbidades, e que o impacto em hospitalizações e mortes “é avaliado como alto”. A agência se refere a duas mutações do vírus, a VOC 202012/01, descoberta no Reino Unido, e a 501.V2, identificada na África do Sul. Segundo o órgão, a chance de propagação dessas mutações na União Europeia é alta.

Análises preliminares indicaram que as novas variantes elevaram a transmissibilidade do vírus, embora não se tenha registrado aumento da gravidade da infecção. “Embora não haja informações de que as infecções por essas cepas sejam mais graves, devido ao aumento da transmissibilidade, o impacto da Covid-19 em hospitalizações e mortes é avaliado como alto”, informaram por meio de comunicado.

“A probabilidade de aumento da circulação de qualquer cepa de SARS-CoV-2 é considerada elevada devido à época festiva e, ainda mais elevada, em países onde as novas variantes estão estabelecidas”, frisaram, destacando o impacto dessa propagação nos sistemas de saúde nas próximas semanas. Os vírus sofrem mutações constantes devido a processos de evolução e adaptação e, portanto, o surgimento de novas variantes da SARS-CoV-2 era esperado, de acordo com a agência.

“Algumas mutações ou combinações de mutações podem fornecer ao vírus uma vantagem seletiva, como maior transmissibilidade ou capacidade de anular a resposta imune do hospedeiro. Nesses casos, essas variantes podem aumentar o risco para a saúde humana e são consideradas variantes preocupantes”, detalha a nota.

Até sábado, o Reino Unido já tinha mais de 3 mil casos dessa nova variante, confirmados por sequenciamento do genoma, segundo o relatório. Os primeiros casos surgiram no fim de setembro. Na África do Sul, são mais de 300 casos após a variante ter sido observada pela primeira vez em outubro. Agora, é a forma dominante do vírus.