O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira o cronograma de produção da CoronaVac. O início da produção ocorreu na quarta-feira, segundo o governador. “É um momento histórico para todos os brasileiros”, disse. Segundo ele, a fábrica do Butantan funcionará 24 horas, sete dias por semana para atender a demanda da produção.
A capacidade de produção será, segundo João Doria, de um milhão de doses por dia da CoronaVac. A coletiva de imprensa ocorreu na sede do Instituto Butantan em São Paulo. “São Paulo vai ajudar todos os estados brasileiros que precisarem”, afirmou Doria.
Doria voltou a questionar o início da vacinação previsto até então marcado para março do ano que vem. “Precisamos eliminar qualquer viés político. Deveríamos estar todos de mãos dadas em conjunto para vacinar a população do Brasil”, disse.
“O SUS é uma conquista do Brasil, programas de imunização existem há anos e todos os governos independentemente de suas ideologias souberam agir de forma integrada em outras situações. Por que agora diante de uma pandemia não trabalhamos de mãos dadas?”, questionou Doria.
O governador de São Paulo citou ainda um manifesto assinado por cientistas de todo o país que pedem a urgência da vacinação. Doria afirmou ainda que espera do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, uma manifestação oficial de que vai incluir oficialmente a CoronaVac no plano nacional de imunização.
“Sejam claros na informação diante de uma pandemia. A Anvisa sabe que, ainda que tenha que proceder em seus protocolos, essa é uma vacina que poderá imunizar milhões de brasileiros. Por que aguardar até fevereiro ou março”, disse.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a CoronaVac é a primeira vacina contra o coronavírus produzida em território nacional. “Essa produção é fruto de algumas batalhas, algumas muito doloridas porque atacam a credibilidade do Instituto”, afirmou.
Dimas Covas apresentou a área de 1.880 metros quadrados da fábrica. Segundo ele, hoje outras vacinas são produzidas na fábrica que somam 120 milhões de doses por ano. São 20 produtos entregues integralmente ao Ministério da Saúde, segundo o diretor.
“Somos talvez o mais importante parceiro do Ministério da Saúde e esperamos que isso continue ocorrendo.”
Atualmente, o instituto possui 120 funcionários e, com a produção da CoronaVac, o número deve aumentar para 245. De acordo com o governo de São Paulo, 12 governadores têm interesse em receber a CoronaVac e 276 cidades fora do estado também solicitaram o imunizante ao instituto.