O pai do menino Rafael Mateus Winques, morto em maio em Planalto, no Norte gaúcho, prestou depoimento à justiça, pela segunda vez, na tarde desta quarta-feira. Rodrigo Winques falou por cerca de duas horas no Foro da Comarca local, sob a coordenação da juíza Marilene Parizotto Campagna. Rafael, de 11 anos, desapareceu em 15 de maio e teve o corpo encontrado dez dias depois, em uma caixa de papelão colocada no terreno da casa vizinha onde vivia com a mãe. A mãe Alexandra Dougokenski responde por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
Na oitiva de hoje, ele contou que soube do desaparecimento do filho no dia 15, por intermédio do então namorado de Alexandra, Delair, em um telefonema realizado com o celular de Rafael. Ele saiu de Bento Gonçalves, onde mora, em direção a Planalto no dia seguinte.
O pai do menino contou que conversou com Alexandra e que ela se mostrou “sempre tranquila” durante o período de buscas, sem demonstrar preocupação. Há cinco anos separados, conforme Rodrigo, ele e Alexandra viveram juntos por cerca de dez anos. Rafael disse ainda que Alexandra não era boa mãe, e, quando questionado, admitiu que o ideal era ter pedido a guarda do filho. “Não dava”, ponderou.
Rodrigo também respondeu a questões dos promotores de Justiça responsáveis pela acusação, Michele Taís Dumke Kufner e Diogo Gomes Taborda, e dos advogados de defesa da ré, Filipe Trelles, Gustavo Nagelstein e Marco Dorigon.
Os defensores de Alexandra solicitaram um novo depoimento com Rodrigo, que já havia prestado informações no mês de outubro. A defesa alega que, na época, não havia tido acesso a anexos do processo, que incluem dados de ligações e mensagens dele. Rodrigo Winques revelou que a vida está “muito ruim” com a ausência do filho. “Ainda ontem fui ao cemitério, chorei bastante lá sentado”, disse.
As oitivas seguem nesta quinta-feira, às 13h15min, com os testemunhos de Delair de Souza (namorado de Alexandra na época do fato), Ana Maristela Stamm (professora de Rafael), Carlos Eduardo da Silva (vizinho de Alexandra na época do fato), Jaqueline Luíza Mesnerovicz (mãe do melhor amigo de Rafael) e Jackson Getúlio Consoli (inspetor de polícia).