Dezesseis pessoas são presas em operação de combate ao golpe do cartão clonado no RS

Há indícios de que a organização criminosa tenha vínculo com o Primeiro Comando da Capital

Foto: Polícia Civil do Rio Grande do Sul/Divulgação

Pelo menos dezesseis pessoas foram detidas pela Polícia Civil em uma operação de combate ao golpe do cartão clonado, deflagrada nesta terça-feira (8) no Rio Grande do Sul e em São Paulo. A força-tarefa, batizada de Alcateia, pretende cumprir outras quatro ordens judiciais de prisão preventiva até o fim do dia.

Os suspeitos foram encontrados em São Paulo/SP, cidade de origem da quadrilha. Os agentes também cumprem 56 mandados de busca e apreensão nas cidades de Santa Maria/RS, São Caetano do Sul/SP, Pindamonhagaba/SP, Caieiras/SP, Santana de Parnaíba/SP, Praia Grande/SP e Cajamar/SP.

A atuação da organização criminosa se dá em diversos estados – dentre os quais o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Piauí, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Em Santa Maria, por exemplo, foram feitas 67 vítimas – que, juntas, tiveram prejuízo superior a R$ 550 mil.

Vínculo com o PCC

A polícia já identificou 43 pessoas com participação direta e indireta no crime. Os únicos membros da quadrilha que vivem fora de São Paulo são os motoboys, usados para o recolhimento dos cartões na casa das vítimas. Há indícios de que a organização criminosa tenha vínculo com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Esquema

Os golpes começam com uma ligação telefônica, na qual os criminosos solicitam uma série de informações bancárias para os alvos, normalmente idosos. Os bandidos alegam que o trâmite faz parte do processo de confirmação de uma compra. Quando se negam a repassar os dados, as vítimas são orientadas a ligar para a central do banco.

A quadrilha, então, desvia a chamada – fazendo com que a pessoa acredite estar falando, de fato, com a instituição na qual possui vínculo. Novas informações são solicitadas, incluindo a senha do cartão. O criminoso passa a orientar o alvo a cortar o cartão, sem danificar o chip, e enviar o mesmo a uma agência de outro estado.

Um suposto representante do banco é enviado até a casa da vítima, recolhendo o item. Por fim, o alvo é orientado a desligar o aparelho de celular por algumas horas. Assim, com o cartão e a senha em mãos, e sem qualquer interferência, a fraude é concretizada a partir de saques e compras via máquinas de débito/crédito.

Para dar credibilidade ao golpe, os criminosos compram dados de idosos junto a uma empresa. Assim, eles já tem acesso ao nome, data de nascimento e telefone dos alvos antes do contato inicial. Mais de 220 agentes da Polícia Civil estão mobilizados na Operação Alcateia, sendo 208 em São Paulo e 24 no Rio Grande do Sul.