Ataque hacker interrompe aula de Lewandowski com “Carreta Furacão” e nazismo

Na última terça, um webinário da USP com o ministro do STF sofreu o mesmo tipo de ofensiva

Ministro Lewandowski | Foto: Nelson Jr/SCO/STF

Um ataque hacker interrompeu uma aula por videoconferência, ministrada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski na Faculdade de Direito da USP, nesta segunda-feira. A invasão inseriu, durante a chamada, vídeos do grupo de dançarinos “Carreta Furacão” e referências nazistas em meio aos comentários dos participantes, como citações de Adolf Hitler e o símbolo da suástica. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O ataque ocorreu quando o ministro tentou começar a palestra chamada “Releitura dos clássicos de teoria geral do Estado”. Quando a aula se tornou inviável, os participantes deixaram a sala virtual e aguardaram a coordenação enviar um novo link para a retomada da palestra. A paralisação durou cerca de dez minutos.

Procurado, o gabinete de Lewandowski afirmou que se tratou de um ataque a uma aula da USP e, por isso, a universidade é que deve ser procurada. A reportagem do Estadão entrou em contato com a assessoria de imprensa da Faculdade de Direito da USP e aguarda resposta.

A invasão da aula de Lewandowski não é caso isolado, segundo apurou o jornal. Na última terça, um webinário sobre “Acesso à Justiça e Racismo Estrutural” sofreu o mesmo tipo de ataque quando participantes que obtiveram o link do encontro inseriram vídeos pornográficos e outras referências ao nazismo durante o encontro. Fontes relataram que casos semelhantes se tornaram frequentes nas últimas semanas.

O ataque se soma às invasões recentes aos sistemas dos principais tribunais de Justiça do País. Na sexta-feira, invasores atacaram o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e alegaram ter obtido acesso a arquivos em mais de 40 bases de dados do tribunal, que concentra processos 13 Estados e do Distrito Federal. No início do mês, um ataque do tipo paralisou o Superior Tribunal de Justiça por seis dias, travando cerca de 12 mil processos pelo caminho.

Durante o primeiro turno, um hacker português afirmou ter realizado ações contra o Tribunal Superior Eleitoral. “Zambrius”, como é conhecido, está preso desde sábado, quando a Polícia Judiciária portuguesa deflagrou a operação Exploit, em parceria com a Polícia Federal, que mirou três brasileiros suspeitos de auxiliar no ataque. Segundo as investigações, o hacker tentou invadir o TSE em ao menos duas ocasiões – no dia 15 de novembro, no primeiro turno, e no último dia 19.