O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse neste domingo que enviou um ofício à Polícia Federal requisitando informações sobre se há ou não envolvimento de autoridades com prerrogativa de foro no ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no primeiro turno das eleições de 2020.
Caso haja envolvimento de autoridades, a PF deve informar à PGR, órgão responsável pela investigação de autoridades com foro privilegiado. “As investigações estão em curso”, disse Aras, sem dar pistas se há suspeita ou não de envolvimento de autoridades nos ataques.
O diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, disse que, como as apurações seguem em andamento, não é possível detalhar, por exemplo, a idade dos suspeitos ou as cidades onde houve as operações.
Além de um suspeito detido em Portugal, houve cumprimento de mandados de busca e apreensão em São Paulo e Minas Gerais. “Os envolvidos se autointitulam anarquistas”, disse o diretor-geral da PF. “Foi colhido muito material, a investigação vai continuar”, acrescentou.
Segundo Souza, o grupo alvo das investigações é composto por jovens acima de 18 anos, não muito mais velhos que isso, e um deles é suspeito de ter realizado mais de 5 mil invasões a sistemas.
O diretor-geral explicou ainda que, embora o hacker Zambrius tenha reivindicado a autoria dos ataques, havia uma distância “entre falar e fazer” e era preciso provar a ligação dele com os ataques para então pedir a prisão. “Em uma semana conseguimos as provas, mas ele não estava sozinho. Ele teve colaboração de outros três hackers”, disse.