Problema em servidor gerou atraso na apuração, explica Barroso

Presidente do TSE negou que situação tenha possibilitado fraudes

Foto: Abdias Pinheiro / TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que os resultados das urnas não sofreram qualquer dano, apesar da demora na divulgação. De acordo com Barroso, que se pronunciou perto das 21h10min deste domingo, o atraso se deu por conta de um problema de hardware no TSE, em Brasília.

“Houve um atraso na totalização nos resultados por força de um problema técnico que foi o seguinte: um dos núcleos de processadores dos supercomputadores falhou e foi preciso repará-lo”, detalhou o ministro, prometendo que, na segunda-feira, vai fornecer mais detalhes, juntamente com a secretaria de tecnologia da informação do TSE. “O problema ocorreu exclusivamente aqui no TSE. Estamos com um problema técnico de hardware. Os votos chegaram para a totalização. Apenas o processo de somar essas mais de 400 mil seções ficou extremamente lento.”

O presidente do TSE rechaçou, contudo, que a situação tenha possibilitado fraudes. “O sistema eleitoral brasileiro passa assim: no início da votação, produz uma impressão do que é a zerésima, que indica que a urna não teve votos computados. Ao final do dia, se imprime o boletim daquela urna, com o fiel resultado dos votos que ali foram depositados. Portanto, a ideia de que a demora possa trazer algum tipo de influência no resultado, não vale”, destacou.

“As urnas não estão em rede e não são vulneráveis a um tipo de ataque que possa interferir no processo eleitoral”, enfatizou Barroso.

O ministro, no entanto, admitiu que o TSE chegou a ser alvo de um ataque neste domingo. “O ataque das 10h41min não produziu nenhum resultado, porque ele foi repelido a tempo. Foi um acesso múltiplo, de várias origens, de Brasil, EUA e Nova Zelândia. É uma tentativa maciça de um grande número de acessos para derrubar o sistema. Foi totalmente inócuo esse ataque. Houve uma reação imediata dos nossos técnicos”, afirmou.

Um outro ataque, em outubro, conseguiu dados do TSE, mas – conforme Barroso – não teve efeito na eleição. “O que a Polícia Federal apurou é que esse vazamento ocorreu anteriormente a 23 de outubro passado e provavelmente se refere a fatos bastante pretéritos. As informações são de 2001 a 2010 e informações completamente irrelevantes”, disse o presidente do TSE. Segundo ele, dados de ministros aposentados e antigos funcionários do TSE foram extraídos nessa ação. “Portanto, um vazamento sem nenhuma relevância”, concluiu. “O fato de existirem ataques não tem nenhum significado em si. O que tem significado é se esses ataques conseguiram produzir um resultado.”