A crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus afetou, diretamente, o número de postos de trabalho formal no Rio Grande do Sul. Segundo boletim divulgado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) do Governo do Estado, 88,6 mil vínculos foram extintos entre janeiro e agosto de 2020.
O número, extraído do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) da Secretaria da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, representa 3,5% do contingente total do ano passado. Segundo o pesquisador Guilherme Xavier Sobrinho, a estiagem que atingiu o território gaúcho também contribuiu para o resultado negativo.
“No mesmo período, o Brasil teve uma retração de 2,2%. O Rio Grande do Sul teve o terceiro pior desempenho entre os estados quando levamos em consideração o total de vagas eliminadas. Por aqui, o comércio e os serviços foram os setores mais afetado”, explica Sobrinho.
As mulheres foram as mais afetadas pela retração, representando 54,8% do total de vínculos extintos. Abril foi o mês mais crítico, com perda de 79,3 mil vagas. A partir de julho o mercado passou a apresentar sinais de recuperação, com uma tendência de alta. Ainda assim, o ritmo é lento.
“As cidades que fazem parte dos vales do Rio Pardo e do Taquari se beneficiaram com a sazonalidade do plantio do fumo. Enquanto isso, os municípios do Litoral tiveram o pior desempenho – sendo prejudicados, também, com o fim da alta temporada”, ressalta o pesquisador.
O número de pessoas que trabalham por conta própria, mas com vínculo formal, teve aumento de 21,8% no segundo trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os informais, houve redução de 160 mil ocupados no mesmo período.