A adesão dos estudantes da rede particular às aulas presenciais em Porto Alegre foi maior do que a registrada nas instituições públicas. Segundo o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), o número de estudantes que retornaram às salas de aula varia de 30% a 70% entre as turmas, resultando em uma média de 50% na cidade.
Por outro lado, o número de escolas abertas ainda é baixo. Segundo o presidente da entidade, Bruno Eizerik, isso se deve ao fato da autorização para o retorno ter saído poucos dias antes do início da semana. “As instituições estão prontas, mas não tiveram tempo de avisar os pais e os alunos”, lamenta.
A maioria dos profissionais que atua na rede privada tem recesso marcado para a semana que vem. Por isso, na maioria dos casos, a reabertura ficou para o dia 19. “Não é interessante abrir agora e suspender de novo. Nas outras partes do Estado, a situação é diferente. Na Serra, por exemplo, temos aulas presenciais desde setembro”, afirma Eizerik.
Novidade divide professores
A retomada do calendário é motivo de desconfianças entre os professores das instituições particulares. O Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) aponta que boa parte da categoria tem receio de ser exposta ao coronavírus no ambiente de trabalho. Os profissionais também reclamam da falta de orientações.
“Esse modelo híbrido, com parte dos alunos nas salas de aula e outros com atendimento exclusivo pela Internet, exige mudanças significativas na nossa metodologia. Os professores precisam de um treinamento, que ainda não aconteceu”, pondera o diretor da entidade, Cassio Bessa.
Bruno Eizerik, diretor do Sinepe/RS, diz que desconhece a necessidade. “Da mesma forma que as escolas estão informando os alunos e as famílias sobre a volta, isso está sendo feito com os professores e os técnicos. Todas as instituições tem um comitê, e os educadores participam das reuniões”, rebate.