Prefeitura aguarda justificativa de escolas que não reabriram como previsto em Porto Alegre

Turmas começaram a retornar às escolas nesta segunda-feira

Foto: Alina Souza / Correio do Povo

Mesmo com o reinício do calendário de aulas presenciais em Porto Alegre, boa parte das escolas da Capital permaneceu de portas fechadas nesta segunda-feira (5). Estava prevista a retomada para os alunos matriculados na Educação Infantil, Ensino Profissionalizante, 3º Ano do Ensino Médio e Ensino de Jovens Adultos (EJA).

A Secretaria de Educação de Porto Alegre (Smed) ainda não tem um levantamento a respeito de quantas instituições funcionaram hoje, de fato. Entretanto, admite que houve problemas – especialmente na rede municipal, já que as escolas particulares podem decidir, individualmente, a data de retorno.

“Colocamos recursos à disposição na semana passada, mas há situações que, realmente, podem impedir a reabertura hoje. Por exemplo, nós tivemos um surto no nosso setor de distribuição de alimentos que dificultou a distribuição da merenda para as escolas. Nós vamos pedir que os diretores expliquem o que aconteceu para que a gente avalie”, pondera o secretário Adriano Naves de Brito.

O prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) voltou a afirmar que a escola cumpre um papel muito importante na garantia da segurança das crianças. “Seja ela creche, pré-escola, o Ensino Infantil como um todo tem um papel fundamental na área social. Ignorar essa realidade é tapar os olhos para algo muito importante”, opina.

Integrantes do Comitê Técnico de Enfrentamento ao Coronavírus da Prefeitura de Porto Alegre acompanharam, pessoalmente, na manhã desta segunda, as atividades da Escola Comunitária de Educação Infantil (Ecei) Tia Beth, no bairro Bom Jesus. A instituição, que estava fechada desde março, conta com estudantes de 2 a 5 anos e 11 meses de idade.

Dos 55 alunos, nove retornaram às salas de aula nesta segunda-feira. “Na entrada, medimos a temperatura, passamos o álcool em gel e usamos o tapete sanitizador. Estamos fazendo atividades pedagógicas relacionadas ao retorno, contando histórias. Vai ser uma forma mais lúdica”, conta a coordenadora pedagógica da escola, Patrícia Castro.

Protocolos

Os protocolos adotados nas escolas preveem o distanciamento dos alunos, especialmente nas turmas da Educação Infantil, e o escalonamento dos intervalos para que os estudantes permaneçam em suas “bolhas”. Os pais podem optar por manter, ou não, os filhos em casa.

No caso de uma suspeita de infecção por Covid-19, o aluno vai ser afastado e os pais serão notificados sobre a possibilidade de realização de um teste. Caso uma mesma turma tenha duas ou mais ocorrências em investigação, a direção vai precisar comunicar a Smed para que sejam tomadas as medidas necessárias.

Embate com municipários continua

Também nesta segunda-feira (5), a Prefeitura enviou um ofício ao Ministério Público contra uma campanha do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), que defende a continuidade do ensino remoto para os alunos da Capital. Em nota, o Executivo Municipal classificou a peça, que mostra uma criança chorando, como “covarde”.

Em um dos vídeos da campanha postado em redes sociais, um locutor orienta: “não deixem nossos alunos carregarem a culpa pelo resto da vida. Escolas fechadas, vidas preservadas”. Os servidores, que continuam em estado de greve, voltam a se reunir hoje para debater o tema.

Calendário prevê retorno de mais turmas em duas semanas

O calendário divulgado pela Prefeitura de Porto Alegre, que está em vigor graças à manutenção da região da Capital na bandeira laranja do distanciamento controlado gaúcho, prevê o retorno das atividades em mais turmas no dia 19. Todas as escolas públicas da cidade devem estar com aulas presenciais no início de novembro.

13 de outubro – alimentação em todas as outras escolas, atividades de apoio (fundamental, médio e especial)
19 de outubro – retorno do ensino fundamental 1, especial e EJA (ensino municipal)
3 de novembro – retorno do ensino fundamental 2, especial e restante do ensino médio