O dólar fechou perto da estabilidade ante o real, nesta terça-feira, depois de oscilar entre altas e baixas, com o mercado mostrando indefinição diante de contínua apreensão do lado fiscal, intensificada na véspera pela proposta apresentada para financiar o Renda Cidadã.
Na sessão, a moeda norte-americana teve variação positiva de 0,14%, a R$ 5,6428 na venda, nova máxima desde 20 de maio (R$ 5,6902).
Ao longo do dia, a cotação atingiu a mínima do dia ainda na primeira hora de pregão, de R$ 5,6064 (-0,51%), e depois ganhou força antes de voltar a recuar.
Em torno de 11h30, as compras voltaram ao mercado, e o dólar atingiu a máxima do dia por volta de 13h (de R$ 5,6795, valorização de 0,79%). A moeda desacelerou os ganhos até 14h31, a partir de quando se estabilizou até o fechamento.
De forma geral, o mercado mostrou cerca “ressaca” da turbulência da véspera, quando o dólar disparou após a notícia de que os recursos para bancar o programa Renda Cidadã podem não vir de cortes de gastos, mas sim de dinheiro de precatórios, do Bolsa Família (a ser extinto) e do Fundeb.
O presidente Jair Bolsonaro se defendeu das avaliações de que o governo planeje usar atalhos para burlar o teto de gastos e criar o programa. Ele afirmou que a responsabilidade fiscal e o teto são os “trilhos da economia”, mas reclamou que precisa de sugestões, e não de críticas.
Outros mercados brasileiros voltaram a mostrar desempenho negativo na sessão de hoje, mesmo depois de na véspera já terem mostrado perda expressiva. A taxa do contrato de juros futuros da B3 para janeiro 2023 saltou 12 pontos, e o principal índice da bolsa de valores de São Paulo fechou em queda de 1,22%, a 93.510,46 pontos, mínima desde meados de junho, segundo dados preliminares.
O secretário do Tesouro, Bruno Funchal, afirmou nesta terça-feira que o mercado deu um “sinal muito claro” sobre a forma de financiamento do Renda Cidadã.
No exterior, o dólar tinha desempenho misto ante moedas de risco, mas com viés de alta, com as atenções de investidores voltadas para o debate entre o presidente norte-americano Donald Trump, que é republicano, e o rival democrata na corrida presidencial, Joe Biden.