Um estudo elaborado pelo doutor em matemática e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Álvaro Krüger Ramos sugere que o auge de casos da Covid-19 no estado pode já ter passado, com uma “lenta e gradual” queda sendo observada nos próximos meses. Krüger, que pesquisa o avanço da doença desde o começo da pandemia, reitera que o comportamento da população, que influencia na taxa de transmissão, é determinante para que as projeções se confirmem, ou não.
No trabalho, que está publicado no YouTube, o professor projeta três cenários (pessimista, intermediário e otimista) levando em consideração diferentes graus de cuidados da população e auges de contaminação em períodos diferentes.
Na hipótese intermediária, na qual Ramos revela confiar mais, o pico da doença se deu entre os dias 6 e 13 de setembro. Desse modo, com a população mantendo cuidados satisfatórios de prevenção, o estado pode testemunhar uma desaceleração, mesmo que “muito lenta”, nos próximos meses.
O cenário é avaliado pelo professor como “positivo”, sob o entendimento que “o pior já passou”. No entanto, ele ressalta que o decrescimento tende a ser bastante lento, o que deixa o RS em um estado de platô, por pelo menos dois meses. Ele projeta que, nessa hipótese o estado atinja 294.012 casos de Covid em 25 de outubro.
No projeção otimista, o pico de contágio ocorreu de 30 de agosto e 6 de setembro. Com as pessoas mantendo um bom nível de prevenção, a tendência é que as infecções reduzam gradualmente, chegando a 256.519 casos confirmados no dia 25 do mês que vem.
A projeção pessimista, segundo Ramos, é bastante improvável, com a população deixando de lado os cuidados, restrições pequenas e uma aceleração do contágio. Nessa hipótese, o Rio Grande do Sul pode chegar a 367.914 casos em 25 de outubro.
Situação atual
Porto Alegre chegou, nesta quarta-feira, a 960 óbitos relacionados à Covid-19. Em todo o Rio Grande do Sul, mais de 4,5 mil pessoas faleceram vítimas do coronavírus. O estado é o décimo do país em número de casos e oitavo em número de mortes.
Nessa tarde, a Secretaria Estadual da Saúde confirmou mais 43 óbitos, ocorridos entre o mês de agosto e hoje. Desde 24 de março, o levantamento estadual soma 4.515 mortes, embora dezenas de outras fatalidades já tenham sido confirmadas pelas prefeituras das cidades onde os pacientes viviam.
Além da capital, 11 municípios – Canoas, Novo Hamburgo, Viamão, Passo Fundo, São Leopoldo, Rio Grande, Gravataí, Bento Gonçalves, Alvorada, Caxias do Sul e Pelotas – superaram 100 mortes, atingindo patamares entre 258 e 110.
Defasagem
Só nessas 12 cidades, 19 óbitos seguem pendentes de inclusão no levantamento oficial: dois entre os 960 de Porto Alegre, um entre os 162 de Novo Hamburgo, um entre os 137 de São Leopoldo, um entre os 128 de Caxias do Sul, quatro entre os 127 de Gravataí, oito entre os 123 de Rio Grande e dois entre os 119 de Pelotas.
Veja detalhes dos óbitos reportados hoje:
Agudo (homem, 79 anos)
Cachoeirinha (homem, 86 anos)
Cachoeirinha (mulher, 96 anos)
Canoas (mulher, 72 anos)
Canoas (homem, 82 anos)
Canoas (mulher, 78 anos)
Caxias do Sul (mulher, 86 anos)
Caxias do Sul (homem, 68 anos)
Dois Irmãos (homem, 84 anos)
Encantado (mulher, 95 anos)
Gramado (mulher, 84 anos)
Gramado (mulher, 87 anos)
Gravataí (mulher, 23 anos)
Gravataí (homem, 74 anos)
Itaara (homem, 59 anos)
Jari (homem, 68 anos)
Montauri (mulher, 79 anos)
Novo Hamburgo (homem, 68 anos)
Passo Fundo (mulher, 70 anos)
Pelotas (mulher, 79 anos)
Porto Alegre (homem, 54 anos)
Porto Alegre (homem, 29 anos)
Porto Alegre (homem, 80 anos)
Porto Alegre (homem, 58 anos)
Porto Alegre (homem, 71 anos)
Porto Alegre (homem, 65 anos)
Porto Alegre (mulher, 89 anos)
Porto Alegre (mulher, 77 anos)
Porto Alegre (homem, 74 anos)
Porto Alegre (mulher, 59 anos)
Porto Alegre (homem, 59 anos)
Porto Alegre (mulher, 51 anos)
Rio Grande (mulher, 87 anos)
Santa Rosa (homem, 70 anos)
São Borja (homem, 81 anos)
São Jerônimo(homem, 75 anos)
São Vicente do Sul (homem, 91 anos)
Sapiranga (homem, 73 anos)
Sapucaia do Sul (homem, 71 anos)
Taquara (homem, 52 anos)
Três Coroas (homem, 51 anos)
Uruguaiana (homem, 44 anos)
Viamão (homem, 68 anos)
Quadro
Depois de Porto Alegre, as cidades com mais mortes foram, até agora, Canoas (258), Novo Hamburgo (162), Passo Fundo (155), Viamão (142), São Leopoldo (137), Caxias do Sul (128), Gravataí (127), Alvorada e Rio Grande (123), Pelotas (119) e Bento Gonçalves (110).
Já as cidades com mais casos confirmados de Covid incluem Porto Alegre (31.615), Caxias do Sul (8.304), Passo Fundo (7.038), Canoas (6.482) e São Leopoldo (5.645).
Mais de 186 mil se infectaram
O relatório estadual contabiliza 179.436 infectados, desde o início de março. Mas, com a inclusão de 6.831 casos ainda pendentes em Porto Alegre, o número sobe para 186.287, em 493 cidades gaúchas (99,2% do total). Já o número estimado de recuperados da doença é de 165.170.
Na rede hospitalar, o índice de ocupação de leitos de UTI é de 73,5%. A incidência da Covid no Rio Grande do Sul é de 1.577,1 a cada 100 mil habitantes. Já a letalidade aparente é de 2,5%.
Veja a evolução do número de óbitos pela Covid, conforme o dia de divulgação, no RS:
24 de março – 1
29 de abril – 50
10 de maio – 100 (11 dias depois)
24 de junho – 500 (44 dias depois)
13 de julho – 1000 (18 dias depois)
3 de agosto – 2000 (20 dias depois)
21 de agosto – 3000 (18 dias depois)
11 de setembro – 4000 (20 dia depois)
22 de setembro – 4500 (11 dias depois)
