As escolas de educação básica devem medir a temperatura de alunos e professores, obrigar uso de máscara e respeitar o distanciamento mínimo de 1 metro para a volta às aulas presenciais em meio à pandemia da Covid-19. É o que orienta o Ministério da Saúde em documento divulgado nesta sexta-feira. Cabe a Estados e municípios definirem a data para retorno.
A Saúde recomenda que a volta de alunos e profissionais com doenças crônicas deve ser avaliada “caso a caso”. O guia não dita regras obrigatórias para as unidades de ensino, mas serve como orientação. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
O ministério também informou que já repassou R$ 545,3 milhões para o apoio à retomada das aulas a municípios abrangidos pelo programa Saúde na Escola. A verba é destinada para a compra de materiais de limpeza e desinfecção, álcool em gel ou líquido 70%, máscaras, termômetros infravermelhos, além da “promoção da saúde e prevenção” da Covid-19.
No documento, a Saúde repete cuidados gerais contra a Covid-19, como uso constante de máscara, cuidados ao tossir e espirrar, higienização dos ambientes e distanciamento mínimo de 1 metro. O ministério recomenda orientar pais ou responsáveis a levarem alunos ao atendimento médico, caso a criança apresente sintomas de síndrome gripal. As autoridades locais de saúde devem ser notificadas sobre casos suspeitos. Em casos confirmados, as escolas devem ser informadas, e as atividades “reavaliadas”, completa a Pasta.
O documento, porém, não trata da busca de pessoas que tiveram contato com os suspeitos ou infectados, além do tempo mínimo de isolamento antes do retorno às atividades. A Saúde orienta que escolas devem escalonar os horários de chegada e saída dos alunos, além de intervalos, para que turmas não se encontrem. Também recomenda evitar uso de áreas comuns, como bibliotecas e parquinhos.
As atividades físicas devem ser feitas ao ar livre, mantendo o distanciamento, e de máscara. As refeições, orienta a Saúde, devem ser feitas na sala de aula ou de forma escalonada em refeitórios, com higienização do ambiente entre as trocas de turmas. A Saúde recomenda que o uso de armários compartilhados seja suspenso. Além disso, atividades especiais, como aulas de música ou teatro, devem ser feitas no mesmo local de estudos regulares, à distância ou suspensas.
Em creches, os cuidados devem ser “redobrados”, com higienização de brinquedos e ambientes. A Saúde garante que discutiu com o Ministério da Educação a elaboração do guia. Alunos especiais também exigem cuidados específicos, orienta o Ministério. Crianças e profissionais que precisem fazer ou interpretar leitura labial podem usar máscaras transparentes.
A Saúde não trata da ocupação máxima das salas, mas recomenda que estejam limpas e com boa ventilação.
“Temos de nos adaptar à nova realidade. Onde vamos absorver hábitos, tudo isso aliado a uma futura vacina. Mas não podemos parar de viver. E com toda a segurança possível temos de iniciar essa retomada das atividades, que são necessárias até para a nossa saúde mental”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, em entrevista à imprensa.
Na quarta-feira, durante a posse de Eduardo Pazuello na Saúde, o presidente Jair Bolsonaro disse que as escolas não deveriam ter fechado na pandemia. “Somos o país com o maior número de dias em lockdown nas escolas. Isso é um absurdo”, afirmou.