As Comunidades em Luta voltaram às ruas de Porto Alegre e Canoas. As manifestações, contra a situação precária do sistema de saúde, pediram a urgência do cumprimento da Constituição Federal, que prevê destinação de 15% da arrecadação para o Sistema Único de Saúde (SUS). Foram seis atos na Capital e dois no município vizinho, em diferentes locais, como praças, em frente a unidades básica de saúde e escolas.
A retomada das aulas presenciais sem ter vacina contra o Covid-19 no RS também foi alvo de críticas do movimento, que realizou ato semelhante há dois meses. As comunidades afirmam que o retorno às atividades nas escolas precisam estar vinculadas à vacinação de estudantes, professores e demais profissionais da educação. Mantendo distância entre si, os manifestantes, devidamente de máscaras, também reivindicaram garantia de renda básica. Segundo eles, a redução do auxílio emergencial em momento em de itens básicos de alimentação com os preços altos, agrava a situação de vida das famílias das comunidades.
Em Porto Alegre, aconteceram atos nas regiões da Lomba do Pinheiro, Morro da Cruz, Vida Nova/Restinga, Morro da Polícia, Chácara dos Bombeiros/Vila Vargas e Cascata. Nesta última comunidade, a concentração, ainda que atendendo os protocolos de distanciamento social, ocorreu em frente a US 1º de Maio, na avenida Oscar Pereira. “Este local é bem simbólico por causa das mudanças na unidade com a saída da Imesf dali. Além deste ato, fazemos outros, colocando cartazes e faixas em frente às casas, decidimos muito quais palavras de ordem vamos colocar”, lembrou a representante Zadi Zaro. As manifestações receberam apoio de motoristas e pedestres. Um carrinheiro conhecido no bairro como Seu Noé, passando pelo local, pediu a palavra e também participou. Ao microfone, cobrou a reabertura do hospital Parque Belém.
Na Lomba do Pinheiro, a comunidade da Escola Estadual Pedro Pereira esteve no ato e junto com a professora Maria Fernanda se manifestou contra o fechamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) desta escola. Segundo, ela, há demanda de vagas e lista de espera. Já, no Morro da Polícia, a reclamação foi por falta de encanamento para água e que um caminhão-pipa leva água uma vez por semana na comunidade.
Em Canoas, as comunidades João de Barro e Rio Branco realizaram atos. A moradora Marlene Balim, conhecida como Índia, relata que está há dois anos aguardando a autorização para fazer um exame e que não consegue realizar consulta para garantir a continuidade de tratamentos que necessita. Para Fernanda Schutz, também morada no município, a realização de pequenos atos em diversas comunidades e cidades diferentes, “mostra o quão as pessoas estão preocupadas com sua saúde e segurança. Coisa que parece que nossos governos não estão”.