A nomeação do professor Carlos André Bulhões Mendes como novo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) divide opiniões e gera debate entre os acadêmicos da Universidade. Na manhã desta quarta-feira, através de publicação no Diário Oficial da União, o presidente Jair Bolsonaro escolheu o professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas como reitor da instituição pelos próximos quatro anos.
O engenheiro foi o terceiro, e último, colocado da consulta realizada entre membros da comunidade acadêmica. O atual reitor, Rui Oppermann, foi o mais votado entre os professores da UFRGS e ficou em primeiro lugar. A professora Karla Maria Müller, mais votada entre os estudantes e técnicos-administrativos, ficou na segunda colocação.
Para o professor do Instituto de Informática da UFRGS e membro do movimento Professores Livres pelo Brasil, Edison Pignaton de Freitas, a decisão do presidente Bolsonaro foi acertada e a nova gestão representa mudança e um novo direcionamento para a instituição. “Eu acho que representa uma mudança e um novo direcionamento para a Universidade. Então o que a gente pode esperar para essa próxima administração é uma administração muito profissional e imparcial. Esse é um compromisso que foi assumido pelos professores durante a campanha onde não existe preferência por A ou B. Podemos esperar uma gestão que vai endereçar os problemas da UFRGS de uma maneira efetiva e sem observar nenhum tipo de preferência ou opinião”, afirma Pignaton.
Desde 1990, o presidente da República nomeia o reitor indicado pela comunidade acadêmica da UFRGS. A decisão de contrariar a ordem da lista tríplice tomada por Bolsonaro, no entanto, não é ilegal. O professor e presidente da Associação de Docentas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ADUFRGS), Lúcio Olímpio de Carvalho Vieira critica a decisão e diz que “a escolha não traz paz para a universidade”.
“A escolha não nos surpreende, mas lamentamos. Não pela pessoa do professor Bulhões, mas porque a escolha desrespeita a vontade da maioria da comunidade. A escolha não é uma escolha que traz paz para a universidade, embora ela não possa ter tida como o padrão legal. Mas seria importante, nesse momento, que nós tivéssemos um gestor onde o ministro tivesse influência no processo e se despolitizasse e ideologizasse as escolhas”, opina Vieira.
Trabalham atualmente na UFRGS, 2.942 professores, sendo a grande maioria (2.692) com título de doutor, e 2.522 técnico-administrativos, sendo 490 mestres e 150 doutores.