Duas manifestações foram realizadas na manhã deste domingo pelo Movimento pelo Retorno dos Eventos em Porto Alegre. Os atos ocorreram no Monumento ao Laçador e na Orla Moacyr Scliar. O objetivo foi o de chamar a atenção das autoridades e da população para as atividades do setor que estão paralisadas desde março passado devido à pandemia do novo coronavírus. Os manifestantes estavam vestidos de preto. No final da semana passada, a iniciativa havia cancelada por causa da chuva.
Uma das coordenadoras do movimento, Daniane Soares Medeiros, explicou que todo o setor está mobilizado na defesa do retorno dos eventos. É o caso, destacou, do pessoal que atua em casas de festa e de fotógrafos, operadores de drone, operadores de vídeo, cinegrafistas, copeiros, garçons, doceiras, maquiadoras, palhaços, operadores de áudio e vídeo, cerimonialistas, recepcionistas, seguranças, discotecagem, som, iluminação, buffet, gastronomia, decoração e vestuário, além de organizadores de formaturas, nascimentos, aniversários, batizados e casamentos, entre outros.
“Hoje os decretos proíbem tudo. Está tudo parado”, resumiu. “Todos os outros setores voltaram, mas o nosso não”, acrescentou. “Teve alguns eventos testes, mas nada ainda concreto para nós”, recordou.
Conforme Daniane Soares Medeiros, a ideia é que os eventos sejam retomados gradualmente com todo o cuidado e segurança relacionados à prevenção da Covid-19. Ela citou, como exemplo, as formaturas. “Não estão ocorrendo formaturas neste semestre que tinha todo ano”, constatou.
“Queremos que sejam determinadas as regras para que comecemos a trabalhar de uma vez”, afirmou, observando que o retorno dos clientes pode ser inclusive demorado. Ela disse que uma das preocupações é com a situação financeira de milhares de pessoas, muitas com toda a família atuando na área, na Capital e Região Metropolitana.
Ela considerou que o setor está pronto para fazer as adaptações necessárias quando forem retomadas as atividades. “Queremos informações concretas para nos organizarmos. O setor terá de reinventar”, enfatizou. “Todo mundo precisa trabalhar. Estamos há 181 dias sem trabalhar”, destacou.
Segundo Daniane Soares Medeiros, as milhares de pessoas que atuam com eventos são autônomas e não têm carteira assinada, dependendo exclusivamente da renda obtida com os serviços contratados. “Muitos de nós tiveram de devolver valores”, recordou, referindo-se aos cancelamentos de contratos feitos pelos clientes. “Um momento da vida não pode ser perdido. É memória afetiva, recordação..”, apontou. “Queremos que as pessoas voltem a ter confiança e não cancelem”, declarou.
As manifestações realizadas na manhã deste domingo foram registradas em vídeos que serem postadas nas redes sociais. Daniane Soares Medeiros revelou que existem designados para contatarem com as autoridades municipal e estadual visando estabelecer normas e cronogramas para o setor. “A situação é bem complicada. Espero que não ocorra um desespero maior do que já está”, concluiu.