A reabertura do expediente forense externo da Justiça estadual provocou a formação de filas em frente ao Foro Central de Porto Alegre ao longo da sexta-feira. O acesso às unidades jurisdicionais pode ser feito apenas por meio de agendamento, por telefone ou e-mail da respectiva Vara. Mesmo assim, o processo causou transtornos e se mostrou demorado. A Direção do Foro não se manifestou sobre a questão.
Durante a tarde, houve formação de fila de veículos no drive-thru do Novo Foro Central, estendendo-se além da avenida Ipiranga. A fila de advogados seguia desde a porta principal do Foro Central II pela calçada até o fim da quadra, muitos deles carregando processos em grande volume. Por conta da movimentação intensa no Foro, a Associação dos Servidores da Justiça do RS (ASJ) alertou sobre o risco a que se expõem os servidores do Poder Judiciário, magistrados, funcionários, advogados e pessoas que com eles convivem.
“Afinal, além da aglomeração de pessoas, há a questão da permanência do novo coronavírus por mais tempo nas páginas dos processos, com superfície porosa”, informou a entidade. O fato preocupou a diretoria da ASJ, que vem acompanhando o assunto de perto e junto à Administração do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).
Segundo o presidente da ASJ, Paulo Olympio, em 29 de junho, as comarcas gaúchas tinham 11 casos de Covid entre os servidores do Judiciário. Em 28 de agosto, o número subiu para 88. “Em 60 dias, pulou de 11 para 88. É um dado que nos preocupa porque as confirmações de casos foram alavancadas, e ainda não estamos em queda em Porto Alegre. O que vivemos é um momento de platô que requer atenção e resguardo”, ponderou Olympio.
A diretoria da ASJ salienta a preocupação com a retomada do trabalho presencial do Poder Judiciário. A Administração do TJRS vem dialogando com as entidades dos servidores sobre a retomada do trabalho presencial. Mais uma reunião ocorre em 11 de setembro.
Uma das recomendações encaminhadas pela ASJ e embasada nas exigências de órgãos internacionais de saúde envolve a implantação de guichês isolados de trabalho. Outra conquista, segundo a entidade, é a instalação de vidros extras sobre os balcões de atendimento de forma a proteger os servidores e usuários do Poder Judiciário de um contato frontal.