Manifestantes fazem novo protesto em Minsk

Lukashenko recebe ligação de aniversário de Putin

Apoiadores da oposição participam de uma manifestação contra os resultados das eleições presidenciais perto do Palácio da Independência em Minsk, Bielo-Rússia, em 30 de agosto de 2020. (Foto: Agência Internacional / Reuters)

Dezenas de milhares de bielorrussos gritando “Feliz aniversário, seu rato” e levando bandeiras vermelhas e brancas da oposição se reuniram perto da residência do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, neste domingo (30), com os manifestantes pedindo a renúncia do líder do país há 26 anos.

Lukashenko, que completa 66 anos neste domingo (30), tem encontrado dificuldade para conter os protestos e greves que já se arrastam por semanas desde sua vitória na eleição de 9 de agosto, que a oposição alega ter sido fraudada. Ele nega a fraude eleitoral e afirmou que os protestos contra ele têm o apoio do exterior.

O presidente russo, Vladimir Putin, usou o telefonema de aniversário para convidar Lukashenko a visitar Moscou, em um sinal da disposição do Kremlin em apoiar Lukashenko enquanto ele resiste contra a agitação e a ameaça de novas sanções ocidentais.

Os manifestantes chegaram ao centro de Minsk carregando balões, flores e bandeiras, nesta tarde. Belarus teve uma bandeira branca-vermelha-branca por um breve período no início dos anos 1990 e ela se tornou um símbolo dos protestos antigoverno.

Os carros que passavam tocavam suas buzinas em solidariedade. Algumas mulheres se deitaram em protesto em frente a um cordão de homens das forças de segurança.

Os manifestantes então se dirigiram à residência de Lukashenko, guardada por forças de segurança com escudos, canhões de água e camburões. Uma coluna de veículos militares blindados foi vista dirigindo em direção ao centro da cidade, informou a agência de notícias russa Interfax.

A polícia fez detenções esporádicas ao longo do dia, amontoando pessoas nos camburões. Pelo menos 125 pessoas foram detidas, disse à agência de notícias russa RIA, citando o Ministério do Interior. Alguns manifestantes resistiram à prisão no que pareciam ser policiais à paisana, disse uma testemunha.