O número de mortos após as explosões na área portuária de Beirute, no Líbano, chegou a 135 nesta quarta-feira, informou o ministro da Saúde, Hamad Hasan, em entrevista à emissora libanesa Al Manar TV. Há ainda “dezenas de desaparecidos” e cerca de cinco mil feridos no incidente.
Pouco antes, o governo e a Justiça do Líbano determinaram a prisão domiciliar de todos os responsáveis pela supervisão e gestão dos armazéns no porto de Beirute desde 2014 após as explosões registradas nessa terça-feira.
A medida se deu após o governo decretar estado de emergência por duas semanas na capital libanesa. Conforme a ministra da Informação, Manal Abdel Samad, a ação visa “qualquer pessoa que esteja envolvida na estocagem do nitrato de amônio”, apontado como principal causa do incidente.
No entanto, Samad não citou nomes ou a quantidade de pessoas afetadas pela decisão — mas disse que os militares, que assumiram a administração do porto por ordem do governo, devem vigiar o grupo detido.
Apesar das investigações ainda estarem em andamento, já se sabe que havia cerca de 2.700 toneladas de nitrato de amônio armazenadas de maneira incorreta em um dos armazéns da área. A quantidade havia sido apreendida há seis anos e, até a explosão, nada tinha sido feito para retirar o produto do local.
Documentos divulgados pela emissora Al Jazeera apontaram que as autoridades sabiam da existência e dos riscos do armazenamento no local desde 2014. A televisão informou que os funcionários alfandegários enviaram ao menos cinco cartas à Justiça entre 2014 e 2017 questionando o destino correto da carga.
Conforme o governo, são cerca de 300 mil moradores desabrigados neste momento, com danos estimados em, no mínimo, US$ 3 bilhões.
Além disso, há o temor do avanço da fome no país, com a destruição dos silos de armazenagem de grãos.
Brasileira ferida
Já o Ministério das Relações Exteriores disse nesta quarta que uma brasileira ficou ferida na explosão ocorrida no porto de Beirute. Segundo a nota, “dados atualizados da Embaixada apontaram apenas um brasileiro ferido, a esposa do adido da defesa, que segue hospitalizada, mas passa bem”.
“A maioria dos membros do corpo diplomático, bem como da adidância, reside no bairro de Achrafieh e arredores, seriamente afetados, em razão da proximidade com o porto. Relatos de janelas, mobília e paredes gravemente danificados”, cita o comunicado.
Vivem no Libano cerca de 20 mil brasileiros, principalmente na região conhecida como Vale do Bekka. A força de trabalho da embaixada é de 53 pessoas, entre diplomatas, funcionários locais e militares. Na força especial da Marinha, que opera no Libano, a UNIFIL, servem também aproximadamente 200 militares do País.