Prefeito de Alegrete espera que lockdown alerte população sobre gravidade da Covid-19

Decreto de Márcio Amaral entrou em vigor às 21h30min desta sexta-feira

Decreto de Márcio Amaral entrou em vigor às 21h30min desta sexta-feira

O prefeito de Alegrete, Márcio Amaral, espera que o lockdown, decretado para entrar em vigor no município a partir das 21h30min desta sexta-feira, possa chamar atenção da população para gravidade do aumento de casos e mortes provocadas pelo novo coronavírus. “Mais por uma questão educacional do que pelo sentido de achar que esses dois dias iam fazer diferença”, comentou ele, em entrevista à Rádio Guaíba nesta sexta-feira. O decreto fica em vigor até as 6h de segunda-feira.

Nesta semana e na próxima, o município cumpre as regras da bandeira laranja dentro do modelo do Distanciamento Controlado do Rio Grande do Sul. Antes do anúncio das bandeiras, no fim da tarde, o prefeito já admitia o risco de eventual bandeira vermelha, negando a possibilidade de questionamento judicial: “Não me peçam para mover uma palha para voltar para a bandeira laranja. Talvez seja importante passar uma semana com bandeira vermelha para população ver a situação horrível que passamos”, alertou.

Segundo Amaral, a maior preocupação é com a “ânsia da população em sair de casa”, mesmo diante das medidas de prevenção e pedidos para que fique em casa. “As pessoas estão andando como se estivessem em um momento normal. Sorveteria com fila de pessoas. Estamos vivendo um momento de exceção e é preciso ter consciência disso.  Estamos tentando alertar a população que todos são responsáveis. Não adianta culpabilizar o governo do estado e os órgãos de saúde”, destacou.

Para Amaral, Alegrete pode não ter problemas em aumentar a oferta de leitos hospitalares para atender a demanda da Covid, mas falta capital humano: “Temos profissionais de saúde em isolamento domiciliar porque tiveram contato ou foram diagnosticado positivos para a doença. Falta teto para repor. A pessoa que entra na UTI Covid coloca o equipamento e fica seis horas em pé, sem ir ao banheiro, sem tomar água. É muito desgastante. No interior, é diferente da capital. Em Porto Alegre, pega o telefone e há profissionais vindo de São Paulo”, comparou.