Covid: setor de turismo propõe mudanças no modelo de Distanciamento adotado no RS

Proposta se baseia em retomada gradual de atividades

Foto: João Pedrassani / Divulgação

O presidente da Associação do Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), José Carlos Breda, e o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, reuniram-se, nesta sexta-feira, com os prefeitos da Amesne para unificar o apoio de mudança na proposta de Modelo de Distanciamento Controlado (MDC), adotado pelo governo estadual para conter o avanço do novo coronavírus. A proposta se baseia na retomada gradual e segura das atividades.

No documento, encaminhado ao Palácio Piratini, a Amesne também anexou a proposta do Comitê da Retomada Turismo RS, que na quinta-feira entregou a proposta ao prefeito Guilherme Pasin. Entre as sugestões do grupo, um maior controle nas filas e aglomerações, mais espaço nos veículos, espaçamento obrigatório nos estabelecimentos e rastreamento de público nos eventos, maiores áreas sociais nos hotéis, aeroportos mais amplos, espaçamento maior nos restaurantes e testes de saúde para viajar entre um estado e outro.

Para essas adequações, o Comitê conta com apoio da expert Amanda Paim, coordenadora estadual da Economia Criativa e Turismo do Sebrae RS. “Essa nova realidade de convivência com o Covid-19 é um desafio descomunal para quem está há meses impedido de trabalhar, lutando para manter sua equipe, negociando com fornecedores, honrando impostos e ainda buscando motivação extra para acolher com esmero. Precisamos retomar de forma planejada as atividades turísticas, capacitando gestores e empresas para garantir segurança ao nosso turista”, explica Amanda, que trabalha em parceria com empresariado gaúcho.

A diretora executiva da associação dos empresários de Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho (SEGH), Márcia Ferronatto, lembra que as medidas restritivas no combate à pandemia pegaram o setor de surpresa. “Foi assustador, mas todos esperávamos para o segundo semestre a retomada do fluxo normal do turismo interno. Passados quatro meses com caixa praticamente zerado, já sabemos que a recuperação do setor leva de 18 a 24 meses. Neste cenário, mais da metade das empresas do setor do Turismo no Rio Grande do Sul fecha definitivamente as portas”, projeta Márcia.

Ela frisou que mais de 80% das empresas do setor são pequenas e médias, e não conseguem acesso às linhas de crédito anunciadas pelas autoridades.

Planejamento
Para a presidente do Bento Convention Bureau, Gabrielle Signor Rodrigues, sem uma perspectiva de abertura definitiva, é impossível planejar a retomada da realização de eventos, já que isso demanda um trabalho prévio;

“Mesmo considerando apenas eventos menores e a médio prazo, precisamos iniciar a estruturação com muitos meses de antecedência. Esta incerteza do “abre-fecha” afasta todos os investimentos neste setor e torna inviável a sobrevivência dos profissionais de eventos e de todos os empregos indiretos que esse segmento do turismo gera”, salienta Gabrielle.

O prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, disse que apoia integralmente a proposta do comitê porque vem ao encontro do que os municípios da Serra defendem. “Nosso desafio no combate à pandemia é a busca pelo equilíbrio entre a saúde dos cidadãos e a saúde da economia ”, declarou Pasin durante o ato formal de entrega do Modelo de Distanciamento proposto pelo Comitê.